MUITAS PERGUNTAS; A CAMINHADA É A RESPOSTA

Quem se importa se tenho boas atitudes, bons pensamentos, se faço o bem?
Quem quer o meu bem, de verdade?
A quem se deve interrogar?
Não aprendi o que é certo, nem o que é errado.
Não faço o bem, nem o mal.
Não sou ruim, nem bom.
Não sei, às vezes, onde devo ir, em que momento parar. Apenas vivo e, por isso, sou muitas vezes repreendido e esquecido. Chamam-me de egoísta e de orgulhoso.
Mas não quero ser ninguém, pois sei que sou uma pessoa única, e por estar individada, tenho eu mesmo de trabalhar para pagar minhas dívidas.
Serei orgulhoso ou consciente?
Serei egoísta ou digno?
Perguntas sempre existirão.
E não me preocuparei em respondê-las, pois preciso caminhar. E o tempo exige muito de quem ainda tem muito pouco e precisa descobrir mais para crescer e ser melhor.



RETROSPECTIVA DIÁRIA

Já fizeste uma retrospectiva do teu dia de hoje?
O quanto ele foi útil para o teu engrandecimento como pessoa? Vigiaste os teus pensamentos?
Quantas vezes precisaste policiá-los da maledicência?
Quantas vezes te pegou o desânimo que traz com ele o abandono do teu objetivo?
Por que insistes em apoiar-te nas muletas da vida, pedindo ajuda, sem querer caminhar com tuas próprias pernas, rumo à tua própria evolução?
Quanto tempo mais levará para que acredites na força que cada um tem dentro de si?
Ao invés do pessimismo, das fraquezas, transforma os teus pensamentos e faz com que te elevem para melhor.
Levanta-te do teu comodismo e verás que não precisas mais de muletas. Elas já te carregaram e te ajudaram a encontrar o caminho. Agora vai, anda sozinho, deixando-as para trás. Lembra-te de que elas trouxeram um só aprendizado, e que ainda podes caminhar sem depender de muletas na vida.
Tu és capaz.

Um amigo



DE QUEM OS PASSOS?

Quais passos lhe pertencem entre as muitas marcas do seu caminho?
Consegue reconhecê-los, diferenciá-los dentre todos os outros que caminharam com você e que também se confundiram com passos que, às vezes, não eram seus?
Se lhes faço tais perguntas, importantes devem ser, podem acreditar.
Se confusas lhes parecem, inadequadas talvez, maior ainda torna-se sua importância, visto que a sua primeira atitude diante de tudo o que questiona as profundezas de sua experiência, é sempre julgar inoportuno este questionamento.
Porém, conseguir respostas para essas perguntas pode representar um grande passo na descoberta do que andam fazendo de seus próprios passos neste caminho de buscas, de aprendizado e de luta no trabalho sério ao encontro com sua essência.
Nossos passos... Quantos deles não foram emprestados dos passos de outros? Quantos não foram copiados, roubados até, dos desavisados e desatentos?
Quantos são realmente nossos, elaborados pela nossa coragem? Quais conhecemos como fruto do nosso pensamento independente e criativo?
Será que sabemos responder a essas questões? Temos "passos" suficientes para seguir esses questionamentos que nos investigam a alma?
Percebem, agora, a importância de buscarem respostas para tais perguntas?



NÃO JULGAI

Com que direito apontas o dedo em riste
Em direção ao teu irmão, a julgar-lhe as atitudes
Sem ao menos dar-lhe o direito de defesa?
Com que direito apontas o dedo em riste
Em direção a teu irmão e determinas em poucas palavras
Que seja ele colocado a margem da vida
Sem ao menos dar-te ao cuidado de analisares os fatos que o levaram
Aos atos que agora julgas?
Com que direito apontas o dedo em riste
Em direção ao teu irmão sem ao menos dar-lhe seu ombro amigo
Para que ele chore?
Sem ao menos dar-lhe a chance de um gesto
Ou de uma palavra que o faça refletir
E repensar a atitude que julgas?
Que motivos torpes tens ao levantar teu dedo em riste?
Por acaso também muitas vezes já não tivestes
Que passar por cima de teu orgulho, teu egoísmo,
Tua vaidade, para alcançares um objetivo nobre
E não o conseguiste?
Quantas vezes caístes, até chegares aonde estás?
Quantas vezes tivestes ao teu lado o ombro amigo,
A mão estendida, palavras edificantes
Que te motivaram e te deram forças para levantar
E prosseguir a jornada?
Tenha agora então a nobreza de apontares
O teu dedo em riste em direção a ti mesmo
Analisa tuas atitudes, tuas quedas, recaídas nos mesmos erros
E as chances que tivestes de levantar e recomeçar
Antes de julgar a atitude do teu próximo
Usa a medida que vais medi-lo em ti
Só aí então, e só então poderás com a consciência tranquila
Não julgar, mas compreender
Que não estamos aqui para apontarmos os defeitos e erros uns dos outros,
Mas sim para procurarmos nos conhecer o suficiente para tentarmos ,ao menos,
Julgar nossos próprios atos.
Marras




VIDA E MORTE

Quem pode esclarecer? Só aquele que deseja ser esclarecido.
Quem pode comandar? Só aquele que aprendeu a obedecer.
Quem sabe sorrir? Só aquele que soube chorar.
Quem pode falar? Só aquele que sabe ouvir.
Quem sabe enxergar a luz? Só aquele que viveu na escuridão.
Quem pode colher frutos bons? Só aquele que, um dia, os plantou.
Quem pode viver bem? Só aquele que sabe morrer bem.
Toda morte traz a vida, porque traz renovação. Obriga-nos a abandonar as fantasias, nos convida ao desprendimento e à aceitação do real.




APRESENTE-SE QUEM AINDA NÃO CHOROU?

Onde estão as suas lágrimas? Mostrando o ódio que vibra no pulsar da sua razão?
Onde estão as suas lágrimas? Descendo pelo rosto, aquecendo a sua face ao enternecer-se com o afago do seu filho?
Onde estão as suas lágrimas? Passeando pela ira de perder o lugar que julga seu, conquistado nas batalhas do viver, dirigidos pela ganância e sob o comando dos seus apegos?
Onde estão as suas lágrimas? Na ausência de palavras bonitas e perfeitas, as oferece num ouvir e silenciar?
Onde estão as suas lágrimas? Escondidas na certeza da imperfeição madura e real de um ser que caminha em busca de um ideal, não compreendido, porém já latente em seu ser?
Onde estão as lágrimas? Estão no silêncio, na dor daquele que as expressa de uma forma sublime, ao desabrochar as fantasias ou sonhos que seu coração é capaz de moldar.
Não julgue, sabendo ou não, a causa das lágrimas de um semelhante seu.
Se forte ele é, as lágrimas são a expressão de um combate vencido consigo mesmo.
Se fraco ele é, as lágrimas são o seu pedido de socorro, o desespero de se mostrar como realmente é, mesmo que suas palavras não o digam.
Só aquele que nunca chorou, pode realmente julgar.
Você conhece alguém?




CAMINHO

Qual o olhar que procuro agora, o meu?
Qual a dor que sinto agora, a minha?
Qual a força que tenho de ter agora, a minha?
Qual a escolha que encontro agora, a minha?
Qual o caminho que devo seguir agora, o meu?
Será que enxerguei meu olhar?
Será que a dor que senti é minha mesmo?
Será que a força, a escolha e o caminho são meus?
Se você pode contar o tempo e dentro dessa contagem foi para si que viveu com vontades e verdades próprias, você já é o caminho!