OS REIS

Cada um de nós é um rei concebido com amor e para o qual foi entregue um castelo.
Dentro deste castelo há todo o necessário para que cada rei governe. Ali vivem soldados cheios de desejos, de vontades, de expectativas, de sonhos e que, às vezes, guerreiam entre si mesmos na tentativa de alcançar um lugar de destaque. No trono, cada rei usa a sua inteligência para comandar estes soldados e governar o seu castelo.
Mas, neste pequeno reino, é necessário existir o trabalho e o esforço para que este rei triunfe em seu governo. É preciso que este rei aprenda, dentre todas as qualidades, a humildade e a participação na vida dos outros reis. Existe a dor para torná-lo mais simples, de maneira que ele possa compreender o reino vizinho e ficar feliz ao perceber que ele também cresce e se expande.
E na ilusão de governar, este rei tem sucesso. Através de seu trabalho realiza conquistas. E a cada minuto do seu presente ele vive o futuro. Cresce, governa, descansa e trabalha. A cada instante, estas forças se renovam. E ele conquista, cada vez mais, o seu reinado.
Deus presenteou, a cada um de nós, com um castelo. Deu um corpo a cada espírito, para que pudesse chegar aqui na Terra e, no seu pequeno mundo, aprender a governar a si próprio. E nessa conquista este espírito cresce, se expande, adquire luz e, com consciência e aprendizado, deixa seu castelo.
É necessário ter consciência de que cada um deve ser seu próprio governante, saber aproveitar estes momentos de reflexão a que pode ser comparado o ato de sentar-se em um trono. Dirigir a própria vida através de toda esta beleza que, a cada dia, nos chega pelo olhos, pelos ouvidos, por todos os nossos sentidos.
Reinem sobre as suas próprias vidas, como um rei humano. Um rei alegre, um rei feliz. Deixem que os soldados bons e fiéis permaneçam no cargo. Treinem os que ainda guerreiam dentro deste reino, que ainda investem na desordem, para que sejam transformados do egoísmo para o amor, do orgulho para a simplicidade. Sempre distribuam, aos reinos vizinhos, olhares positivos de força, de lealdade e de amizade. Para que cada um, ao deixar o seu castelo, siga feliz, convencido de que, a cada minuto, a vida se renova e se refaz.




A PRÓPRIA EXPERIÊNCIA

Recebe nos braços o seu filho, uma mãe amorosa, bondosa e dedicada.
O que faz ela diante da fragilidade deste ser? Acolhe-o, amamenta-o, cuida dele, assegura-lhe as condições necessárias para o seu crescimento e fortalecimento.
Muito parecida é a situação de todos os seres humanos, filhos amados de um Pai dedicado. Este também acolhe, alimenta e assegura a todos as condições de crescimento e fortalecimento. Talvez a única diferença seja a sabedoria desse Pai que sabe que o melhor que pode proporcionar a seus filhos é a liberdade para aprenderem a caminhar sozinhos.
Dá-lhes o apoio na queda. A força no movimento de erguerem-se e até os "conselhos" previdentes como as mães dedicadas, mas não "poupa" seus filhos do sofrimento, porque sabe que só aprendem e se fortalecem provando as conseqüências de suas atitudes.
E ainda mais, não lhes cobra obediência, apenas se alegra ao vê-los construindo seus caminhos, cada um ao seu modo e no seu tempo, mas com a autenticidade que só a experiência proporciona.




A CIÊNCIA E A RELIGIÃO

Pode a ciência aliar-se a religião?
Numa análise superficial, à primeira vista, a resposta nos vêm clara: são antagônicas. O que uma afirma, a outra nega. As evidências de uma, minam as certezas da outra.
Mas, estas constatações pairam sobre o óbvio das colocações que fogem de uma profundidade maior.
A religião e a ciência são faces de uma mesma verdade. Embora nos pareça paradoxa é pelo sentido religioso que apreendemos a realidade no seu aspecto de maior concretude. Isso acontece na medida em que, através dele, chegamos à nossa essência que, apesar de muito sutil, não carece de materialidade. Como ainda não compreendemos as coisas de uma forma pouco usual, a ciência vem emprestar a elas o sentido lógico que precisamos atribuir-lhes, no intuito de esclarecermos estas verdades mais amplas.
A ciência é um meio de indagação, uma forma de abordar criticamente, através de um método racional, os preceitos básicos da fé. E assim devemos proceder, Pelo menos, por enquanto.
Não basta que aceitemos as leis divinas, ou os parcos conhecimentos que delas temos, porque lemos ou nos foram explicadas. É preciso que as busquemos em nossas vidas, que analisemos quantas vezes se repetem e de que forma isso acontece nas vidas à nossa volta. É preciso que lhes apliquemos o cunho de nossa razão. Pelo menos, por enquanto. Faz-se necessário que a ciência duvide de si mesma. Que busque no insondável o seu objeto de estudo. Que abra-se às possibilidades do inatingível. E supere a segmentação com que aborda os fatos.
Religar a ciência ao conhecimento das sutilezas do cosmo. A Física assim tem-se encaminhado.
"Cientificizar" nossas ligações com o imponderável, buscando apreender a sua concretude.
A ciência e a fé se unem frente ao ato de reverenciar a vida. Ambas buscando aquilo que é essencial as duas: o colocar-se o homem diante de Deus, consciente da sua própria pequenez, como um aprendiz ávido e curioso, que procura auto-realizar-se, vivenciando Deus em si.




AOS ESCOLHIDOS DE DEUS

Não existem escolhidos para a evolução, para o conhecimento maior.
Não existem homens com missões, no plano terrestre.
Existem sim, espíritos encarnados que se escolhem para a evolução, para o conhecimento.
Existem sim, espíritos encarnados muito evoluídos, repletos de luz, que visitam o planeta e ainda estão entre vós.
Como um ser escolhe a si mesmo? Com trabalho, com dedicação, com muito estudo e perseverança. Porém, todos estes atributos deverão ser abraçados com muito desprendimento, sem conservadorismo, com questionamento para se ter o entendimento necessário e desvinculado de pré julgamentos e preconceitos.
Como se tornar iluminado, como poucos foram, neste planeta imperfeito? Ninguém se torna iluminado, mas conquista sua luz. Eles, com certeza, para se aproximarem do Pai Maior, escolheram trabalhar, estudar, doar-se. E doam-se até hoje a seus irmãos, perante Deus.
A terceira revelação não existe e não existirá somente para um povo, como o da terra prometida.
Não existirá para uma religião, seita, sociedade ou classe. Mas sim, para os que escolhem entre os caminhos, não o dos prazeres pessoais, e sim aquele do bem do próximo, da sintonia com os planos elevados. E, com certeza, estes planos estarão, de alguma forma, ligados a este ser que se desligou de toda forma de hipocrisia humana e realmente trilha o caminho de luz.




COMO FAZER O BEM?

Como o homem complica as coisas quando o objetivo é elevar-se espiritualmente...
Muitas vezes se questiona ou debate com os amigos a respeito de como fazer o bem.
Ora, qualquer ser, a partir do momento que realmente queira fazer o bem, poderá fazê-lo.
Pode começar não julgando, não fazendo ao próximo o que não gostaria que lhe fizessem. Simples, não é?
Pois tem coisa mais simples ainda: Não jogar lixo no terreno dos outros, respeitar ao trânsito e às pessoas, ouvir seu semelhante em vez de esbravejar... Pois, desde quando, numa situação adversa, a discussão resolve alguma coisa?
Para evoluir espiritualmente não basta fazer doações materiais, praticar a caridade, sem ao menos trocar uma palavra cordial com a pessoa menos favorecida...
No trânsito, não feche a cara quando uma criança vier ao seu encontro pedindo alguma coisa. Também não há necessidade de dar alguma coisa, somente para se livrar daquele momento incômodo. Converse com esta criança, tente entender a sua situação e, assim, você poderá refletir sobre ambas as vidas: a sua e a da criança.
O mesmo faça com os idosos, com os animais, com as plantas e com os rios, enfim, com a natureza toda. Estou falando de respeito em relação à toda a criação, que nos foi dada sem que o Criador pedisse nada em troca. Ele somente espera que seus filhos cresçam por seus próprios méritos, do contrário estes filhos deverão passar por dificuldades geradas por eles mesmos.
Como foi exemplificado, o homem poderá evoluir por meio de pequenos gestos, pequenas atitudes relacionadas, inclusive, com a boa educação e seguindo as regras e leis do plano material. Já é um bom começo, pois o homem que não consegue fazer este mínimo necessário, como poderá almejar uma evolução espiritual? Se ainda está muito preso ao seu orgulho e ao seu egoísmo, sentimentos que podam, momentaneamente, a sua escalada espiritual, como almejá-la?




PALAVRAS DE OUTREM! PERIGO

Escrevo como se fosse com a pena leve de outrora que, artesanalmente, registrava palavras, idéias e ideais com cuidado e arte.
Porque escrever exige um cuidado com as palavras e a arte de envolver aqueles que vão ler, interpretar e reproduzir estas idéias e ideais.
Tal situação, muito mais para preparar-me do que por outra razão qualquer, descrevo para iniciar o raciocínio que pretendo desenvolver.
Quantas idéias não foram plantadas na mente da humanidade, por meio de simples escritos?
Quantos ideais impulsionaram os homens, e foram fonte de força para muitos deles, enquanto eram "soprados" nos ouvidos que estavam "prontos" para ouvi-los?
E dessas idéias e ideais, será que alguns podemos citar como alavancas verdadeiras que soergueram os homens, fazendo-os descobrir a sua própria força?
É poderosa a palavra! E escrita, torna-se ainda mais capaz! Torna-se viva quando "tomada" por anseios de movimento, de ação coordenada e bem orientada.
Por isso, cuido e até refreio, meus impulsos de soltar o "verbo". E espero, assim, estar suscitando-lhes a reflexão sobre o perigo de se "tomar" para si, idéias e ideais alheios que, num momento de deslumbre, alguém escreveu. E fazer deles, o seu objetivo de vida, sua receita, seu molde, é pura perda de tempo!




MUNDOS ESTRANHOS

Filhos, o seu mundo é um pequeno momento na amplidão do infinito.
Ainda nos dias de hoje, há pessoas que não têm a sensibilidade e o alcance para compreender que não estão sós no espaço cósmico. Como dizer a eles que não são únicos, que o universo é totalmente povoado por seres iguais, inferiores ou superiores a eles?
Nada é vazio no grande universo. Criaturas em todas as fases de evolução fazem a sua romaria pelos mundos, buscando sempre atingir um estado evolutivo maior. Desde espíritos ainda na infância da criação, até os mais evoluídos, todos buscam progredir, pois a perfeição é infinita para nós, espíritos. A verdadeira perfeição é um atributo apenas de Deus, nosso Pai.
O caminho para atingi-la é árduo. Mas engatinhando, pouco a pouco, um dia chegaremos lá. Alguns antes, outros mais tarde, mas todos, conforme a sua vontade e firmeza, atingirão o objetivo maior: evoluir sempre.
Para tanto, basta que não se deixem envolver pelas tentações de todas as vicissitudes terrenas, pois se vocês aí estão, é para que possam aprender a crescer.
Um abraço.

João Bosco




UMA NOTA À PARTE

Pedimos licença e tolerância aos responsáveis pela casa para fugirmos ao tema exposto e assim falarmos de algo, com urgência. Um assunto que, por estar ainda vivo, deve ser abatido. Que por ser como um cometa, já passou, mas deixou na sua cauda dores, aflições e amarguras.
Há sempre duas alegrias, sempre muito confundidas, como se fossem uma só.
A alegre alegria - a do espírito.
E a triste alegria - a dos sentidos.
A alegre alegria carrega em seu bojo a boa consciência, os retos costumes. Estes retos costumes, hoje tão atacados, vilipendiados, tratados como antiquadas tradições que cerceiam, limitam e constrangem.
Ah! como sabem pouco os que tratam assim a sã consciência...
Retos costumes são aquisições espirituais daqueles que já sofreram muito e deste sofrimento muito aprenderam. Ah!. como sabem pouco os que os tratam assim...
É com a triste alegria que devemos tomar o máximo cuidado, pois ela nos atinge onde somos mais vulneráveis, por meio dos nossos sentidos. Pois ainda somos um meio-animal, à caminho da espiritualidade, e às necessidades urgentes deste meio-animal, estamos sujeitos. Então, observem isto:
Há sons que nos levam à batalhas. Observem as marchas militares.
Há sons que nos lançam, de corpo nu, ao encontro de outros corpos nus, e como sabem disto os que orientam as casas noturnas...
Mas há sons outros, e são muitos, que nos lançam aos céus, e nos deixam os corpos densos, tão leves, que parecemos flutuar...
Agora, pensem bem no que ouviram, sem esquecer a máxima que diz: TUDO PODEMOS, MAS NEM TUDO NOS CONVÉM.
Peço, então, que todos orem, pois foram muitos os que adquiriram dores, e dores tais, que será difícil tratá-las.
Ajudem-nos.

Ana Paula
Espírito




OPORTUNIDADES OFERECIDAS PELAS DIFICULDADES

Que o amor do Pai possa envolvê-los e abraçá-los neste instante, trazendo uma nova compreensão a respeito da vida, a respeito de vocês mesmos.
Hoje, vocês ouviram a explicação sobre o processo reencarnatório, a respeito da sucessão das vidas e das possibilidades que são abertas ao seu próprio crescimento espiritual, à sua evolução em direção a uma moralidade mais elevada, em direção ao Pai Maior.
Estas idéias, estes conceitos, justificam e aumentam a amplitude das nossas próprias idéias e da nossa forma de compreender a nossa existência. Isso é bom, isso é proveitoso, mas não é tudo.
Através das idéias, através daquilo que nós aprendemos por nossos pensamentos, não somos capazes de apreender uma realidade, apenas de entrar em contato com ela, de discernir os seus fundamentos. Ainda não somos capazes de torná-las nossas. Isso só irá acontecer a partir do momento em que entrarem em nossas vidas e que nós as possuirmos, enquanto seres que vivem e que buscam.
Por isso, amigos, valorizem cada instante desta sua existência, porque é através dela, através do modo como lidarem com suas dificuldades, através da forma como se relacionarem uns com os outros, da forma como buscarem as suas verdades, do jeito como se olharem no espelho e procurarem compreender, exatamente, o que se passa dentro de si, é desse jeito que a vida assumirá uma dimensão muito maior, porque entrará em contato com aquela parte do seu espírito que está em comunhão com Deus.
A vida não está contra você. Ela está ao seu favor. Tudo está no lugar certo, na hora certa, no momento justo.
Basta conexão. Basta compreensão, basta que você veja, a cada instante, a possibilidade que ele encerra. Basta que você acredite na sua capacidade e que compreenda que a vida, se é maior do que tudo aquilo que você julga, cabe em cada instante. E é a cada instante que você vai construir a sua existência.
Que a paz possa estar com todos vocês.




CONVERSA AMIGÁVEL

Estamos criando condições e preparando lugar para que muitos possam ocupar-se profissionalmente.
Mas enquanto esperam, e tal espera tomara que seja bem curta, preparem-se mais e usem melhor o tempo em conquistas edificantes.
Mas se seu corpo clama outro corpo e por isso a pele se abrasa e sua mente sonha, então tranqüilize-se, senão ela o sufocará nas forças espirituais.
Se seus olhos anseiam a beleza jovem do corpo nu, então sacie-se dele e, ao apreciá-lo, lembre-se sempre que ele, como flor, será tão efêmero quanto qualquer flor. Lembre-se também, que tal deleite é como sonho de alguém sedento que por mais que sorva água, mais a sede lhe atormenta.
Por isso, cuidado, muito cuidado, pois tal desvio leva a muitos para um caminho de volta difícil. Não pedimos que meta a cabeça num saco, pois que de pouco adiantaria isso. Pedimos, isto sim, que dê mesma medida certa para cada coisa. E o chamamento sexual, na escala de valores, merece pouco.
Aprecie o corpo nu da sua irmã em Deus, se quiser. E, se quiser mais dela, atenta então para sua graça, sensibilidade, na sua doce presença, e vá mais além... Vá dentro desse arcabouço doce e fique lá até descobrir que, escondida entre células, disfarçada entre neurônios está uma individualidade única que, se ainda não for pura, será; se ainda não for santa, já está por tal estrada por força da lei.
Homens, amigos meus, a força cega dos estágios primitivos é tão forte que cega o animal a ponto de jogá-lo com ímpeto avassalador na busca da procriação, pois o que importa à lei é que se faça a vida. E custe o que custar, a vida se fará. Mas ai daquele que, já dono de si e por isso, já liberto do cio, ainda se ocupar apenas disso.
Cuida então melhor dos olhos, e não exagera tanto quando medir a sensibilidade da pele, mas seu cuidado maior deverá ser com a sua imaginação, com o que hoje a literatura do gozo e da liberdade chama de fantasias. Cuida e cuida muito desse vassalo, pois não há outro que voe tão solto e tão alto.
Para fechar esta, quero lembrar a todos que a queda do bom se fará por aí, mas está na mão da mulher não só a chave, mas também a porta.

Um espírito feminino




SERES SUPERIORES E INFERORES

Músicas, letras e cantigas, melodias são também uma forma de comunicação espiritual.
Esta criatividade que muito tem aflorado por debaixo da pele é um trabalho árduo de muitas encarnações. Ninguém foi escolhido ou tem o dom gratuito. Foi adquirido através de treino.
Você pode ter mais aptidão porque gosta mais de música do que pintura, então escolhe desenvolver-se mais nesta área, mas isso não faz de você uma pessoa especial, um ser divino, pois os que têm o gosto pela matemática ou filosofia tem o mesmo valor perante Deus. Então por que julgar-se superior por ter dois ou três diplomas, se não sabe fazer um bolo?
O valor para cada tarefa aqui na Terra é o mesmo, nós é que erramos em dizer: "nossa, fulano é importante, é doutor!" De nada adianta se ele não sabe dar o devido valor e respeito ao ser humano, ser que é seu semelhante, pois se é semelhante, significa que tem as mesmas aptidões que por ora foram desenvolvidas por este ou aquele motivo. Cada um "escolhe" vir fazer algo, ou tem como tarefa aquela atividade, mas esta poderá estar completamente alheia a sua vida em uma próxima encarnação, para que o espírito possa estagiar por todos os campos de atuação.
Quando ele passar por todos estes campos, aí sim, ele terá dado grande passo de crescimento espiritual.
Muitas vezes aquele vício também é necessário para seu desenvolvimento, para que ele possa saber como lidar com esse tipo de problema e respeitar a fraqueza e a individualidade do outro. Portanto, não se julgue superior a ninguém, e nem tão pouco inferior, este é apenas um estágio. Essa condição é passageira, caia na real enquanto é tempo.




GOVERNANTES E GOVERNADOS

Cada qual ocupa posições favoráveis às suas condições, suas qualidades, seus defeitos, suas boas obras, obras inacabadas, compromissos ora cumpridos, ora desfeitos por vezes terminados. Esses e tantos outros motivos, nos colocam no lugar a ser ocupado por hora, e por isso somos governantes ou governados.
Mas de qualquer forma, estamos sempre sob o domínio da Lei Maior. Quer queiramos ou não, acabamos sempre respeitando-a, pois bem lá dentro de nós sabemos que essa Lei é a própria vida.
Não reclamamos por estar numa determinada condição, reclamamos sim, porque nossa percepção ainda não consegue ir mais além de nós mesmos.
Viver é estar sempre junto, é crescer, e isso requer que alguém nos auxilie a ficarmos de pé. E aprender a ficar de pé significa também levar alguns tombos, e isso machuca.
E assim governar é frustrante, ser governado é um martírio.
E só se compreende estes estados quando as posições mudam e se percebe que o valor ou o peso estão dentro dos corações, e não na posição em si, porque essa, a qualquer momento poderá mudar.
Estejamos na condição que estivermos, saibamos colocar nossos corações como o verdadeiro governador e saberemos aproveitar cada instante das terríveis aflições que todos vivemos. Nossos corações se acalmam quando passamos a avaliar as situações não mais como injustiças, mas como experiências por ora necessárias.

Um amigo




AS PEDRAS DO CAMINHO

Caminhamos por esta vida não sem algum esforço, vencendo algumas dificuldades, tais como: trânsito, clima. Dificuldades, às vezes, na família; dificuldades, às vezes, no próprio físico. Mas aqui chegaram para receber o lenitivo, o esclarecimento, a paz que buscam. Então, meus irmãos, vocês venceram uma pequena batalha. Mas venceram pela dedicação, pelo esforço, pela determinação. E assim, em várias etapas de nossa vida, de nosso aprendizado, vamos enfrentando obstáculos, às vezes não tão simples como os mencionados, mas obstáculos que servem para medir o quanto queremos nos superar, nos melhorar. O quanto, nós próprios, nos esforçamos para isso porque de nós realmente depende. Como já foi dito, o livre arbítrio que nos foi dado nos faz chegar às esferas melhores, a situações mais agradáveis, mais tranqüilas. Mas, até lá, precisamos desenvolver as nossas tendências, as nossas possibilidades. E para isso, precisamos agir. Agir em todas as situações.
Às vezes, aquelas dificuldades são apenas um teste que com apenas um mínimo esforço será vencido, se tivermos boa vontade. Mas se pararmos no caminho a cada pedra que encontrarmos, não só atrasaremos esse objetivo que precisamos alcançar, mas nos machucaremos também. Sofreremos muito mais porque não quisemos fazer um mínimo esforço. Se a pedra é pontiaguda, pisarmos nela e ali permanecermos chorando e falando das nossas dificuldades e sofrimentos a todos que por nós passarem, e não nos movermos para resolver esta situação, continuaremos ali lamentando, chorando, enquanto os outros passam e nós, com os nossos pés nesta pedra, nos machucamos. E como gostamos de nos tornar vítimas, continuamos nos lamentando. O ferimento infecciona e nós continuamos lamentando. E os outros passam... E nós sofremos...
Mas por quê, meus irmãos, não paramos para pensar, apenas por um momento, que bastaria que nos abaixássemos um pouco, que quebrássemos o nosso orgulho e a nossa vaidade, que nos curvássemos para tirar aquela pedra de nosso caminho? Quão mais fácil seria... Quão mais agradável seria... No entanto, preferimos ficar sofrendo e chorando.
Não pensem vocês que aqueles que passaram não foram solidários, não foram fraternos. Muitos nos avisaram, bem antes de chegarmos a ela, de que ali existia uma pedra pontiaguda, mas nós não os ouvimos. Muitos tentaram nos dizer como nos livrarmos dela, mas não demos a mínima importância. Muitos quiseram nos carregar, para levar-nos a um pronto-socorro, mas não permitimos.
Então, meus irmãos, sofremos, muitas vezes, porque queremos sofrer, porque queremos parecer vítimas, porque o nosso orgulho não nos permite admitir que outros tenham mais razão do que nós.
É tempo sim, de reavaliarmos nossas posições. Sofrermos à toa, ou querermos nos transformar em vítimas de nós mesmos não nos ajudará em nada porque a caminhada não diminui com isso e nós nos atrasamos muito. Sigamos em frente, aproveitemos a experiência dos outros, a vivência que eles nos passam. Facilitará, em muito, a nossa caminhada, e não precisaremos, então, estar sempre iniciando do zero. Podemos, com o auxílio de todos, com a fraternidade que deve existir sempre, e de coração aberto, aproveitar para nos unirmos mais, para nos darmos as mãos, trocarmos experiências e buscarmos sempre as soluções mais fáceis, mais simples, mais objetivas porque elas estão sempre à nossa frente. Basta que para isso abramos os nossos olhos, mas olhos despojados de quaisquer vícios, de quaisquer preconceitos. Simplesmente sejamos nós de uma forma mais limpa e mais pura para que sejamos mais tranqüilos e mais felizes.




PEDIR E PEDIR

Coração acelerado, respiração ofegante, nos sentimos perdidos, não sentimos os pés. A mente nos atordoa a todo instante. O nosso coração, oprimido, sofre descompassadamente. Sofremos, e como sofremos! Voltamos, então, o nosso olhar ao Pai e, de joelhos, pedimos fervorosamente que nos dê a paz, que nos dê o conforto que precisamos neste instante. Fingimos que só Ele pode nos ajudar e esquecemos, como esquecemos, das possibilidades infinitas que abrigamos dentro do nosso ser. Esquecemos de acalmar a nossa mente, esquecemos de fazer uma respiração mais pausada, esquecemos, enfim, de usar a nossa mente, a nossa inteligência para o nosso próprio bem. E, acima de tudo, esquecemos da nossa força interior pois é mais fácil pegar um rosário e fazer preces. É mais fácil ajoelhar, chorar e pedir. Difícil é erguer-se, difícil é superar a dor e o sofrimento através da fé. Mas o que é a fé? Não a entendemos, não a possuímos. Por isso, mais fácil é ir de encontro ao Pai, pois Ele entende e nos ajuda, não deixará de nos ajudar por isso. Mas já é hora de buscarmos a nossa força interior; já é hora de fazermos por nós mesmos o que podemos, o que está ao nosso alcance. O que não estiver, não haverá necessidade de pedir ao Pai. Ele saberá e nos dará, sem qualquer murmúrio dos nossos lábios. Portanto, antes de só pedir vamos, também, agradecer.
Que todos possam, daqui por diante, sentir em seus corações, sentir dentro de si mesmos, a força existente em cada um.




DEPENDÊNCIA

Qual o consolo mais adequado às dores da humanidade?
Seria o consolo da atitude sempre dócil de levá-la ao colo, afagar-lhe as carências, carregando-a durante os passos trôpegos do caminho?
Seria o consolo do atendimento de todos os seus desejos, sem peso e sem medida?
Seria a atitude de poupar-lhe as dores dos tropeços e das quedas, mesmo que passageiras?
Seria estar sempre à disposição para os caprichos, para as infantilidades e os mimos destes filhos tão amados?
Com certeza, esse é o modelo de consolo que todos desejamos e esperamos, ao nos encontrarmos frágeis e sem direção.
Porém, outra pergunta se faz necessária neste momento: Qual é a validade destas atitudes diante do tanto que temos para aprender, para crescer...?
Carregarem-nos no colo nos fortalecerá para os próximos passos?
Pouparem-nos as dores, nos dará conhecimento e experiência para o próximo tombo?
Atenderem-nos sempre, será a melhor maneira de nos fazerem amadurecer? Nos nossos pedidos já apresentamos algum sinal de maturidade?
E vou um pouco mais além: conhecemos realmente as nossas dores e as nossas reais necessidades? Sabemos do que precisamos?
Deixo-lhes as perguntas, não como reprimenda ou julgamento, mas sim, como impulsos à reflexão que comandará as suas mudanças. Estas sim, poderão consolá-los nos momentos de dor, que exigirem coragem.
Na verdade, gostaria que estas perguntas fossem o pretexto para a busca de cada um. E o objetivo desta busca deverá ser a confiança na força do Pai que habita o nosso ser. Que nos habita nas horas de alegria e de tranqüilidade e, acreditem, pulsa ainda mais intensamente, nos momentos de nossas fraquezas. Conheçam este Criador que é justo e bondoso com as potencialidades e qualidades que nos deu, e paciente com as nossas dificuldades.




O CAMINHO DE VOLTA

Se é tão importante a busca de parâmetros para uma visão mais ampla e clara, para uma compreensão maior, por que então, ainda se perde tanto tempo com discussões inúteis sobre pontos de vista divergentes a respeito de um mesmo tema?
Já não é hora de respeitarmos e procurarmos compreender as várias maneiras com que as pessoas norteiam suas vidas, direcionam seus passos, pensam e opinam?
Pressupostas verdades... Mas realmente ditas há quanto tempo...?
O despertar de uma consciência, realmente lúcida, o acordar de uma humanidade adormecida mas florescente em sua busca, são etapas necessárias no caminho de volta a Deus. Já sem a necessidade de muita bagagem agora, livre do peso da canga adquirida em mil andanças. Único em seu pensamento, em sua vontade, livre no seu querer, no seu buscar. Só, com sua consciência. Uno com o eterno pensamento, sem verdades, integrando-se na simplicidade de Deus, segue o homem.



DEPENDÊNCIA

Queridos irmãos, volto aqui mais uma vez para escrever sobre problemas que os encarnados e, até mesmo os desencarnados, enfrentam ainda.
O ser humano da Terra é um animal que nasce dependente e, apesar de atravessar uma existência, às vezes até muito longa, não consegue se livrar da terrível dependência, original.
Quando criança, é perfeitamente normal que se dependa dos outros para sobreviver. Mas, a partir do momento em que se começa a pensar e agir por si próprio, isso não mais se justifica.
Já passaram-se várias gerações e não tem-se notado qualquer evolução neste sentido. Carências, apegos, atenções extras, são sintomas comuns para todos os "dependentes". Quando passam para a maturidade, pioram mais ainda.
Homens, outrora tidos como corajosos, sábios e poderosos, choram, clamam e já nem se envergonham de mostrar sua insegurança. O tempo passado neste mundo não foi suficiente para ensiná-los a encarar a si mesmos como seres úteis, auto-suficientes e semelhantes ao seu Criador.
Chega a hora do desenlace e o problema aumenta. Não existe preparo, não existe sequer a consciência de que são mortais e que não ficariam eternamente neste planeta transitório.
E assim, nosso trabalho aqui no plano espiritual, é dobrado. Não que não o façamos com amor. Estou falando sobre o assunto, porque seria melhor para vocês, se procurassem habituar-se com a idéia de que, um dia qualquer, vocês vão ter que se desligar da matéria.
Já que isso é inevitável, procurem se acostumar, mas não demais, a ponto de prejudicarem suas missões. Aceitem que o desenlace não acontece só com seus vizinhos para que, quando para cá vierem, tragam uma carga menos pesada para vocês mesmos. Deixem um pouco esta dependência de lado, encarem com firmeza e seriedade os problemas e achem as soluções, por si mesmos.
Na época em que vocês estão, não se permitem mais estes "bezerros de ouro" para adoração. Vocês são espíritas, já com uma boa carga arquetípica de sofrimentos e conhecimentos; não são espíritos primários.
Por favor, pelo bem de vocês mesmos, repensem suas vivências, aproveitem a oportunidade de ainda aí estarem. Cresçam, livrem-se dos grilhões do passado. Não busquem mais dependências.

Um trabalhador amigo



O AMANHECER

Ao amanhecer, escondido, camuflado ou livre para brilhar, o sol surge.
Trabalha incessantemente, iluminando e aquecendo os nossos dias, os nossos passos.
Com ele, nós, pequenos seres comparados grandiosidade do astro rei, despertamos. E como robôs programados, começamos o nosso dia rogando que o relógio adiante para que possamos novamente nos acalentar na escuridão da preguiça e da inércia.
O amanhecer traz luz e calor. Assim como ele, nós, pequenos aprendizes, deveríamos agir todos os dias, despertando o nosso ser. Corpo, coração, mente e espírito em harmonia, para que pudéssemos acordar nosso íntimo mais profundo, aquele que somente Deus vê. Constantemente o camuflamos, como as nuvens fazem com o sol. Por outro lado, atos superficiais porém bons, carinhosos e pacíficos acalentam, agasalham e iluminam aqueles que precisam, que sofrem, que não sentem o calor energizante do sol a abraçá-los.
Assim como o sol, nós também aqui viemos para trabalhar, ajudar e acrescentar à nossa vida espiritual o bônus que ainda falta para o nosso aperfeiçoamento espiritual. E para isso, iluminar deve ser o nosso lema.
Não importa o que os outros falem, e sim que o nosso coração fale mais alto, que ele nos comande a todo o momento. Muitas vezes não conseguimos ouvi-lo...
O escândalo vem na proporção do que cada um sente e dá valor.
Não se preocupem com ele pois, normalmente, representa o sinal da inovação, do aperfeiçoamento e do progresso. Para haver crescimento tem que se acrescentar algo novo e é aí que o escândalo surge. E só poderá ele ser compreendido com coragem e desprendimento.
Sejam amigos como o sol que chega, faz o seu trabalho, independente do que nós todos possamos pensar ou do modo como podemos julgá-lo.
Despertem a si mesmos e comecem a exercitar-se nesse processo, com os outros.

Um amigo



O TEMPO

O meu tempo e o seu tempo são diferentes. Cada um tem o seu próprio tempo para aprender a ver as coisas de maneira mais absoluta e verdadeira.
Respeite o tempo dos outros, para também ser respeitado.
Tudo virá ao seu tempo e, a cada um, em tempo diferente. Mas sempre, no tempo certo.




MORAL ESTRANHA

Tudo aquilo que não é criação do próprio homem, por ele é concebido como algo estranho. E tudo o que é estranho está muito longe dele, sem muito significado e nem mesmo ligação com tudo aquilo que é de seu conhecimento.
Porém, como conhecer, como conceber novas idéias, novos rumos, novos enfoques para tudo que está comodamente instalado dentro do homem?
Desacomodando, remexendo e causando a necessidade da reorganização, de reavaliação.
Explico-me: O que pensar de uma orientação que diz: "desvincule-se de seus entes mais queridos e cresça!" A primeira reação é de estranheza e incompreensão que levam ao desagrado pois implicam na desacomodação daquilo que já está "gravado" na moral que nos diz: "honrai pai e mãe". Afirmo-lhes, então, que nada há de contraditório nestas duas colocações. Não há que odiar-se, não é preciso deixar de querer bem para desvincular-se.
Há sim, que se esclarecer. O que são laços e vínculos familiares? Partem de um compromisso de amor, de respeito, de união, de amparo, de trabalho coletivo. Porém, o homem restringe essa grandeza aos compromissos criados por ele mesmo. Compromissos que pesam, aprisionam, entristecem... Compromissos de cobranças que desunem!
Compromissos há, com certeza! Responsabilidades também, assumidas em conjunto. Porém, são compromissos que devem ser compreendidos de forma bem diferente daquela com que, na maioria das vezes o são. E a diferença é a essência dos sentimentos que alimentam esses compromissos.
Se são alimentados pelo amor que liberta, compreende, anima e fortalece...
Ou se são alimentados pela necessidade de poder, de medição de forças, por laços que aprisionam, podam, sufocam o ser criado para ser livre e feliz...
Nada há de estranho na moral que orienta para a liberdade, para a compreensão, para o exercício livre das potencialidades de todos aqueles que são tão "nossos" familiares, quanto todos que de nós se aproximam. Por que então criar "prisões" para estes que dizemos amar?
A Lei de Deus é a Lei do Amor e não da posse. Portanto, para encontrá-Lo dentro de nós é preciso que nos libertemos dos laços do egoísmo que alimentam a necessidade de poder que ainda possuímos.
Libertar-se não é, e nunca foi, deixar de amar. Ao contrário, é preciso desapegar-se para aprender a amar com a profundidade própria do amor verdadeiro.
E nunca perder de vista que, antes de "pertencer" a qualquer grupo familiar, fazemos parte do universo. Somos elementos integrantes de uma "família" muito maior: somos todos filhos do mesmo amor.



FATOS x DISTORÇÕES

Queridos amigos, é importante para todo o ser ter o crescimento e o conhecimento, ao seu tempo. Refiro-me ao tempo terreno porque, para a eternidade, o que é o tempo terrestre senão um ponto entre o passado e o futuro?
Assim caminha a humanidade, de acordo com os desígnios do Criador que dá aos seus filhos os conhecimentos de acordo com sua época, com seu grau de evolução.
Esta explicação deve-se ao fato de que, em toda a história terrestre, houve discussões sobre o que os grandes mestres se propuseram a passar à humanidade. As distorções são inúmeras, conforme a época em que foi exposta a idéia e as interpretações errôneas que ela suscitou, de má ou de boa fé, porém, com certeza, equivocadas. Escritas, na sua grande maioria, após o desencarne destes Mestres e portanto, sujeitas a distorções de todo o tipo.
Assim, amigos, o importante é a compreensão de todo o pensamento. Não basta conhecê-lo, pois assim não se terá a sua essência.
Então, procuremos compreender tudo o que nos é ensinado. Assim, através do pensamento "deixai aos mortos que enterrem os seus mortos" o grande Mestre procurou passar à humanidade a certeza de que não devemos nos angustiar quando perdemos um ente querido. E que, ao contrário, devemos elevar o pensamento a Deus para que o abençoe. Entreguemos com amor aquele irmão que temporariamente nos deixou, para seguir sua trajetória na vida espiritual.
Não nos enganemos com amor de apego, de egoísmo, relutando contra os desígnios do Criador. Com este comportamento só atrasaremos o crescimento deste ente querido. No entanto, não só aceitemos. O mais importante é que compreendamos que a vida tem seu curso natural e nada poderá bloqueá-lo.
Amigos, deixemos as interpretações equivocadas, analisemos os fatos, tomemos o exemplo de vida a ser seguido e não o que procuram incutir em nossas mentes. Este alerta vale para os encarnados e desencarnados aqui presentes. E não se iludam, pois tudo o que contradiz o pensamento de uma época mas tem a verdade como instrumento, prevalecerá. E dará novos horizontes de compreensão a todo o ser de Deus.
Deus nos abençoe com a compreensão que nos é possível.



SORTE?

Como num jogo de dados, acredita-se "na sorte" sempre que uma "jogada" se inicia, sempre que uma conquista é planejada.
Conta-se com um elemento inexplicável, uma combinação perfeita de momentos e oportunidades vindas do que não se conhece, nem se compreende bem.
E o que será a sorte?
Não é nada senão a somatória do equilíbrio e o direcionamento certeiro das suas energias. O seu positivismo, a sua confiança e, principalmente, o seu bom-senso e a sua razão equilibrada é que vão ao encontro das oportunidades, no momento exato em que se apresentam.
Canais abertos, orientações recebidas, sucesso com certeza.
Você faz a sua sorte!



O FOGO

Fogo é uma palavra que, de imediato, nos dá a idéia de perigo, de destruição, de dor e de um possível fim para tudo que amamos e construímos.
Mas como em tudo existe dois lados, pensemos no outro lado do que representa o fogo.
Já ouvimos falar do fogo da paixão que aquece a todos os corações, enchendo-os de alegrias.
O fogo que é ateado na mata para adubar a terra para novas plantações, aumentando o alimento de todas as criaturas.
O fogo que cuidadosamente é aceso num fogão de lenha ou num feixe de gravetos para cozer o alimento das famílias ou, simplesmente, aquecer as longas noites de inverno daqueles que são menos providos de cobertores. Ou ainda, o fogo que acende a lareira de uma bonita moradia para dar mais requinte e aconchego aos seus moradores.
Mas quero falar, em especial, do fogo que deve manter acesa a chama da fé, do amor e da caridade em nossos corações. Que o calor e o tamanho dessa chama jamais diminua mas sim, aumente sempre, a ponto de aquecer os corações mais frios e endurecidos pela falta de esperança e de resignação.
Amigo, por mais que sinta o seu corpo esfriar, não deixe de sentir o calor vindo do seu coração, cheio de amor e de fé.

Um abraço caloroso de uma
amiga da casa



SOCIEDADE SANTA

Unem-se os familiares por laços espirituais, quer seja para se ajudarem, quer necessitem passar por lapidações.
Com certeza, o crescimento espiritual é o objetivo final de todos os encarnados. Mas nós que aqui ficamos, estamos também ligados a muitos de vocês. Enquanto estamos aprendendo e caminhando, estamos também trabalhando para que tudo transcorra da melhor maneira possível.
Muitos não se lembram de nada, absolutamente nada de suas vidas passadas. Aliás, a grande maioria... Mas em sonhos e desdobramentos, alguns vêem "flashs" de suas outras vidas. São insights que muitos não tem consciência do que significam. Outros tem esses insights conscientemente para serem usados na sua própria compreensão e crescimento.
Porém, não devem deixar que mágoas passadas possam atingi-los. Se por algum motivo delas se lembrarem, é para que façam uso no seu crescimento espiritual e não para que angariem mais dúvidas, não para que inspirem o caminho do ódio. Saibam que todos são devedores uns dos outros até que se chegue ao consenso do verdadeiro amor, do verdadeiro perdão e da verdadeira fraternidade.



FELICIDADE (2)

O sol aparece no alto da colina... Mas eu não quero que esquente muito.
O vento traz a música dos pássaros alegres e festivos neste entardecer de outono... Mas eu não quero que ele se demore.
A lua oferece-se esta noite, com todas as suas estrelas a dançarem com as flores do jardim da vida... Mas eu tenho sono, amanhã preciso levantar cedo.
A chuva lava a poeira, traz o cheiro do mato, informando que a primavera se aproxima... Mas eu detesto barro.
As ondas que correm ao encontro da areia, passam antes pelas pedras para um festejar de graça... Mas eu não gosto de barulho.
O vizinho me oferece um sorriso, externando um bom dia... Mas eu acordei atrasado e preciso correr para aquele medíocre emprego.
Assim transcorre a minha vida... Passam por mim as quatro estações, o dia e a noite, o sol e a chuva, a lua, as estrelas, a família, os amigos, os inimigos. Como protagonista desta história deixei que, no final, se encontrasse a amargura com o desatino.
Com certeza vocês estarão pensando: "Que criatura mais mórbida!" E então lhes direi: "Tens acaso espelho em casa, na vida ou na alma?"
É a maneira de ver, de encarar e de viver que nos torna criaturas melhores, positivas, alegres e felizes.
Felicidade é compreender.
Deus os abençoe.



SEI QUE SOU CHATO. E POR QUE NÃO SERIA?

Quanta confusão amigos, quanta confusão...
Alguém disse:
— A verdade é minha, pois a vejo por inteira, por isso segui o meu Cristo, e não este outro que clamam por aí. Afinal, sou espírita ou não sou?
E põe-se a rir dele o budista.
— Qual teu Cristo, qual nada! Vem beber na nossa fonte, isto sim. Pois também dela bebeu aquele a quem hoje chamas de Mestre.
— Deliras! - diz o outro. Não há verdade maior do que a que se esconde nos mistérios dos Vedas. Mas proibitiva a homens como tu, pois que de tão indigesta, te causaria sufocação. É que és só matéria e confusão.
— Mas quantos asnos tenho à minha volta - gritou um outro ao fundo. Maomé, sim. Este é grande, pois que a terça parte da humanidade reza pela sua cartilha.
— Imbecis sois todos - berrou o que estava à frente. Não houve maior sábio que Moisés. De tão sábio, saiu dele e de seus seguidores, o verdadeiro oráculo: o que chamam de Bíblia. Ela que, de tão simbólica, confundirá a muitos. E é bom que seja assim, pois só se saciarão nela, os escolhidos.
E em meio à tamanha algazarra de "sábios", não havia quem entendesse ninguém. E seguiu-se esse estranho encontro por anos e anos sem conta. É que, para aquela quase turba, tamanho tempo não passava de alguns minutos.
E a tela apagou-se...
Então alguém, dirigindo-se a todos que formavam a platéia, explicou-se:
— Viram vocês do que são capazes as religiões? Elas criam clausuras, acorrentam, criam dissensões e tão acirradas lutas, que difícil será saber qual ficará mais feroz.
Saibam que está mais ao lado do Pai aquele que, mesmo intitulando-se materialista, faz o bem, do que aquele que, glorificando-se como seguidor da ordem, apenas prega este mesmo bem.
Então, ao voltarem à Terra, que a escolha seja acertada. E para tanto, é só lembrarem que a menor distância entre dois pontos é, e sempre será, uma reta. E a tal reta podem chamar de amor, de puro amor. Quanto ao resto, serão apenas curvas, que podem chamar também, de religião.

Um chato contador de histórias



PRODUÇÃO - PROGRESSO

Com a revolução industrial, todas as produções ficaram mais fáceis. Aquilo que tanto tempo demorávamos para fazer manualmente, a partir de então, passamos a fazer em larga escala.
Entrar numa indústria, passou a ser o sonho de todos nós. Começaram a deixar o campo e fazer da cidade o local ideal de vida. De lá para cá, muito progresso tecnológico aconteceu.
Podemos entrar numa loja e comprar uma roupa do tamanho desejado... E tudo isso, em larga escala!
Empregos passaram a ser criados.
Era bonito demais naquele tempo! Preparar uma marmita para, na hora do almoço, reunir-se a vários empregados, conversar, rir, contar anedotas. E o progresso chegando!
A revolução entrou também na cozinha e as grandes empresas, com restaurante local, abandonaram de vez as marmitas. E o progresso chegando... Muitas outras máquinas foram desenhadas, testadas em laboratórios. Mas neste desenvolvimento veloz, vieram outras máquinas e mais outras a mão de obra começou a sobrar. Chegamos na era da terceirização. E o progresso caminhando, fulminante. O homem desenhando a máquina para substituir o homem. E chegamos na era da comunicação através da máquina.
De lá para cá, caímos na informática. Hoje podemos navegar pelas idéias do mundo. Tudo é muito rápido, tudo é muito fácil e tão facilitado que, neste processo não tivemos tempo de observar, no descuido das rebarbas, que criamos a maior de todas as máquinas: o retrabalho.
Descobrimos que para operar uma máquina, é necessária outra máquina e que atrás desta primeira máquina, há a presença de um homem. E que este homem precisa estar bem, comer bem, dormir bem, estudar... Então é preciso criar mecanismos para que este homem também seja uma máquina... Uma máquina de bem estar. Mas todos têm igual direito em sê-lo.
Assim, conseguimos trazer à cidade um progresso diferente: o stress. E este não conseguimos, ainda, inventar uma máquina para destruí-lo. Pelo contrário, ele se encontra hoje, disseminado em larga escala. Em cada esquina, a cada momento, encontramos criaturas, senão a nós mesmos, assolados pelo stress físico e emocional. Tudo isso nos leva a parar e voltar lá para atrás, bem antes da revolução industrial... E voltarmos a trabalhar os nossos hábitos, os nossos costumes, os nossos sonhos, a nossa vida...
É perfeitamente bom e sadio, o progresso. É maravilhoso observar uma linha de produção na ativa porém, o homem jamais deve esquecer que a máquina maior é ele mesmo. Que, com sua capacidade de observar, deve encontrar os meios necessários para o seu próprio desenvolvimento e crescimento. Encontrar tempo para a maior de todas as linhas de produção: o conhecimento de si mesmo. Na relação com o outro, no dar e no receber, no ensinar e no aprender, na troca... No encontro dos sentimentos que necessitamos para chegar à realização da fusão da paz com a luz, no sorrir das flores, no aconchego da água que, lavando as nossas dores, reconstrói o nosso dia.
E irradia o sol, um novo amanhecer.
Vale a pena acreditar, vale a pena viver. Vale a pena produzir. Agora, o que produzir, depende só de você.



... MAS QUANDO O CALO APERTA

Mais uma vez, venho a esta casa para transmitir uma mensagem a todos vocês, aos que retornam depois de algum tempo, aos outros que são mais assíduos e também aos que adentram aqui pela primeira vez.
É desta mesma forma rotineira, que levamos a nossa vida. Buscamos ajuda quando necessitados e confiamos às outras pessoas a responsabilidade sobre as nossas vidas. Esquecemos do calo quando ele não aperta mais o nosso pé. Se necessário, usamos até um chinelo velho para nos ajudar a suportar a dor. Mas quando vemos alguém usando um chinelo velho para calçar, de maneira mais confortável, um pé machucado, a primeira coisa que fazemos, é criticar essa pessoa. "Como pode usar um sapato desses? Por certo, esta pessoa deve ter algo melhor em seu armário", - é o que pensamos. Mas quando nosso calo dói, não hesitamos em usar um calçado pior do que aquele que acabamos de criticar.
E assim somos nós: criticamos antes de qualquer coisa, nos esquecemos de que não temos nada a ver com a vida alheia. Que devemos, apenas, aprender com nossas dores e deixar que cada um aprenda por si. Que decida qual o caminho que deverá usar e que siga o seu caminho, consciência. Assim como nós... Cada caminho nos leva, exatamente, para onde acreditamos ser melhor. Mesmo que, aparentemente, este caminho não pareça o mais apropriado a ser seguido porque não agrada a este ou aquele...
Devemos aprender com os erros do caminho e não criticarmos a ninguém. Se não formos capazes de ajudar, ao menos não atrapalhemos. Há um dito popular que é bem verdade - "muito ajuda quem não atrapalha". Se não for capaz de ajudar ao seu próximo, simplesmente não o critique, não o humilhe e nem o prejudique.
Você, com certeza, não está livre de passar pelas mesmas dificuldades.



DE REINANTES E DE SÚDITOS

Todo o sofrimento do ser humano está ligado aos valores que ele defende.
Se defende valores relativos à vida futura e luta com resignação, certamente terá a compreensão da vida atual. Pois sabe, no fundo de seu ser, que o seu reino não é deste mundo. O importante é ele próprio ser dono de si mesmo, procurando seguir caminhos de luz e deixando seu irmão seguir o seu próprio caminho. Ou seja, cada um com o seu reinado...
Se por outro lado, o homem levar sua vida como se fosse a única e derradeira, não terá como livrar-se de torturas, quando perder algo, ou seus semelhantes, ou sua saúde. Não consegue ter a compreensão de seu reinado e vive para ser governado em seus pensamentos, em suas ações. Deixa-se escravizar pela sociedade, pois acha que tem que seguir o rumo traçado por ela, seja no passado, no presente ou no futuro.
Assim, amigos, tudo depende do ponto de vista: ou se governa a si mesmo ou se é governado. Não tendo fé, não tendo compreensão, num mundo de expiações e sofrimentos, o homem não consegue desligar-se da matéria, não cuida de sua moral e de seu espírito, fica estagnado em seus pontos de vista. Fica, no mínimo, equivocado.
Assim, quando este homem tem um problema, se desespera. Sendo imediatista, certamente as coisas pioram porque não consegue reinar, naquele momento, sobre si mesmo. Não consegue buscar o equilíbrio, a compreensão que o fato exige.
Ao contrário, aquele que crê na continuidade da vida, adquire paciência, clareza para resolver o problema. Este homem conseguirá se reerguer e, equilibrado, verá que aquele pequeno problema não é nada, pois tudo é passageiro frente à eternidade e à luz que cada um tem dentro de si.
Assim, o mundo de expiações existe para o aprendizado. A cada queda, o homem aprende, se melhora e evolui. Desde que faça a escolha certa: ser dono de sua vida. Ou a sociedade será a dona dele. Escolha o rumo a seguir e defenda o seu ponto de vista.



PALAVRAS DURAS VIRÃO, SABEMOS. MAS PARA ALGUNS, APENAS SAFANÕES ACORDAM

Achamos, e achamos, e achamos... E com este verbo mal conjugado, tomamos um corpo e depois outros. E em cada novo corpo voltamos a achar e achar. Nesta confusão de nós mesmos, criamos guerras, dissensões menores, desapontamentos e muita dor. Neste barco sem remo, nos deixamos vagar ao sabor dos acontecimentos sempre criados por interesses econômicos ou de outra natureza qualquer. Mas nunca, ou quase nunca, navegamos no interesse do que mais importa, o espírito.
E nós, nesse caminhar que se aproxima da imagem do cachorro correndo atrás do próprio rabo, deixamos para Deus o que diz respeito a Deus e também deixamos para Deus o que diz respeito a nós mesmos.
É tão difícil entender que o Criador nos deu a vida e criou leis perfeitas para que nos direcionássemos através delas!
E ainda há alguns que pensam que, para cada um de nós, Ele criou um peso.
E suas leis, como ficam?
Pergunto mais:
Algo dentro de cada um não pergunta, às vezes, em desespero, sobre o porquê de tamanho marasmo?
Amigos, irmãos, este Pai, este Criador de tudo, deixou por nossa conta a administração do universo. Pois que somos seus filhos e, por sermos seus filhos, um dia seremos só amor, imensa inteligência, completo discernimento, domínio pleno. Mas onde o primeiro passo?
Repito:
Nascemos, nascemos, renascemos e o cachorro não pára de correr atrás do próprio rabo.
E isto, até quando?
Queridos meus, apenas um dentre nós, até hoje, teve o direito de dizer:
"Eu e o Pai somos um", e não pensem que ele foi um ser à parte, criado em separado. Pois se fosse isso verdade, aqui estaria a primeira injustiça do Pai.
Não, Cristo foi um igual a nós. Como nós, esteve sujeito ás leis e por estar sujeito às leis, teve que progredir. E quer queiramos, quer não, seremos também, um dia, Cristos.
Ah! se soubessem o que é viver as alegrias do Pai, correriam atrás dela, como loucos!
Amigos, caminhem, nem que esse caminhar, à princípio, seja um trocar de passos, pois que, no universo, tudo caminha. E se não o fizermos por bem, a dura lei o fará por nós.
Nascemos pequenos para que nos façamos grandes.
Surpresos?
Que todos leiam a parábola do filho pródigo. Lá está o que aqui falei.
Agora, os deixo na paz do Senhor.

Ana Clara



LIBERDADE (2)

Debate-se o homem no empenho de libertar-se das amarras que o contém. Impetuoso, esforça-se por desatar os nós do destino. Seu objetivo: libertar-se, ser senhor de si, único a conduzir sua vida, senhor absoluto de seus atos.
O objetivo não está errado. Mas o caminho sim. Este homem luta por liberdade sem conhecê-la. Acredita ser livre quando está ainda mais aprisionado. Explico-lhes: quando o homem se revolta porque as situações de sua vida impedem ou interferem no seu ritmo e naquilo que deseja, sente-se assim porque acredita estar aprisionado por estas situações. Quer atingir determinadas metas, quer realizar determinados sonhos, quer conquistá-los e não pode. Julga-se, assim, aprisionado pelas circunstâncias da vida... Mas, na grande maioria das vezes, se engana. É necessário que o homem seja contido, às vezes "amarrado" até, para que não seja dirigido pela sua impetuosidade desmedida e assim, verdadeiramente se aprisione, atado às conseqüências de seus atos impensados.
A verdadeira liberdade está na consciência, na compreensão e na serenidade que só o conhecimento traz.
Ser dono de seus atos, isto já o é. Mas sabe ele quais de seus atos podem levá-lo até a felicidade?
Quantos deles, se não lhe tivessem sido podados, já não o teriam levado à loucura e ao desespero do arrependimento?
Lutam os homens por livrar-se, muitas vezes, do remédio que os fortalece, favorecendo-lhes as oportunidades de construírem o futuro de modo mais livre.
Lutam os homens por livrar-se das amarras da vida, buscando a liberdade que é, antes, sua perdição. Querem a liberdade enquanto se deixam aprisionar por seu ego, por seus desejos, por sua intolerância e nem percebem que, livrando-se deles, é que poderão ser livres.
Homens, bebam do remédio amargo para poderem descobrir o doce gosto da liberdade, quando puderem ser livres, de verdade.
 



MEDO E INSEGURANÇA

A grande maioria dos seres encarnados nesse planeta, deixa de cometer muitos erros movida, apenas, pelo medo das conseqüências que poderiam lhe causar.
O medo e a insegurança fazem com que muitos busquem, através de máscaras e falsos conceitos, as atitudes virtuosas que, na verdade, ainda estão longe de possuir.
O medo é o grande disfarce que muitos usam para encobrir as suas imperfeições e a sua covardia.
É pelo medo ainda, que muitos preferem usar uma capa de cordeiro e assim esconder suas vilezas e a sua pequenez.
Seria tão mais fácil se, ao invés de usarem máscaras ou vestirem capas de cordeiros, procurassem libertar-se dos vícios e das imperfeições, encarando-as com coragem. E a partir daí, começassem a trabalhá-las em benefício próprio ficando, dessa forma, verdadeiramente libertos dos medos e das inseguranças.
É difícil atingir esse objetivo, pois sabemos que o medo e a insegurança representam, muitas vezes, um freio para que não se tornem piores, voltando a reincidir nos mesmos erros de outrora.
Entretanto, é importante que pensem e repensem as suas atitudes, e vejam se não vale a pena começarem o burilamento de suas imperfeições para que possam caminhar livres das amarras do passado.
Pensem, filhos, pensem.

Um irmão




O CONSOLADOR

Muitos consoladores já estiveram entre nós... E muitos virão...
Mas observem, amigos, que as suas palavras só tiveram força devido ao exemplo das suas vidas, à força moral das suas atitudes. Muitos mestres vieram até nós e muitos hão de vir. E nós continuaremos a não ouvi-los se não tivermos, dentro de nós, uma atitude mais ativa, uma atitude de busca real e profunda. É importante ouvirmos palavras bonitas ou as buscarmos nos livros, mas isso só não basta. É preciso, amigos, que procurem, em suas vidas, torná-las vivas. Atitudes de ciência interior, atitudes de prece, atitudes de mudança de conduta são desejáveis e necessárias. É preciso que procurem, firmemente, compreender as razões, os porquês de tudo o que ocorre em suas vidas e que procurem, por si mesmos, os meios de resolver estas questões. Abracem, amigos, a todos aqueles que compartilham da sua caminhada. Mesmo àqueles que lhes pareçam estar em posições contrárias e serem seus inimigos... Isto é apenas momentâneo, amigos. Abracem-se, abracem-se... Busquem, firmemente, tendo os olhos voltados para o Pai. E o seu coração se tornará tranqüilo. E a sua ação se fará correta...
Muita paz a todos. Pensem, meditem, tranqüilizem-se.




DO ESPÍRITO DE GRUPO À INDIVIDUALIDADE

Olhai uma árvore, mas olhai-a bem.
Olhai mais longe do comum dos olhos e vereis além. Vereis centenas, talvez milhares de princípios espirituais a habitar nas suas respectivas casas materiais que são as folhas, e pouco vereis, que não seu balançar e sua busca pela luz. Começa o aprendizado, começa o despertar.
Ide além, mais além.
Olhai agora as formas primitivas de maior atraso evolutivo. Tomai como exemplo, então, a formiga. Hei-las todas, ainda aguilhoadas ao espírito de grupo e cada uma, no espaço que lhe é devido, a trabalhar e trabalhar. Mas se notardes bem, vereis as primeiras formações sociais. Há soldados, operários, até rainha. E seguirão elas ainda no seu lento caminhar evolutivo de muitos milhões de anos, sob a proteção da fada madrinha chamada instinto, este guia seguro e perfeito para aquele que ainda não caminha só.
E nascerão muitos sóis até que, no atritar das repetições milenares do nascer, alimentar-se, procriar para voltar a nascer, ganhem o direito de um passo além. E num tempo que pouco importa, o que era folha passará a plainar nas próprias asas, a encantar nas próprias revoadas. E por saber ainda pouco de si e do que é, terá a lei guia ou instinto, como quiserem, a lhes dirigir os momentos. Porém, se ainda vive em bandos, já está a caminho da solidão. Bendita solidão!
Então chega o momento que no céu é festa. Este princípio que pulsou no mineral e balançou nas plantas, ganha seus primeiros instantes de lucidez comovente. É o ciclo do cio a atormentar-lhe. E que alavanca terrível é essa!
E cada vez ele estará mais só. Agora, o espírito de grupo não mais existe. O que existe são as primeiras buscas; as primeiras fugas de si mesmo. Este ser já pensa, mas são pensamentos isolados, que se perdem; são como elos soltos de uma corrente sem fim. Até que, impelidos por uma força chamada tempo, tais elos finalmente interliguem-se e nasça o raciocínio.
Então ele sorrirá.
Agora é um homem.
Seu nome, solidão. Pois o que desperta, caminha só.

Sou apenas mais um na busca do Pai.
Ernesto, se isto importa




PARADOXO

O paradoxo da vida humana é algo que ainda não é para todos entenderem.
O homem não pode possuir tudo na vida e também nunca está satisfeito com o que tem.
Poucos entendem este dilema e então a humanidade sofre. E é aí que entra a justiça e a bondade do Criador, pois se o homem tivesse tudo na vida, não buscaria a evolução, teria a estagnação e não o progresso. Por outro lado, se ele ficasse satisfeito com o que tem, também estaria condenado à idade da pedra ou em pior situação ainda, sem buscar a própria evolução. Cabe lembrar que não estamos falando de bens materiais mas sim, da busca do progresso como um todo, de melhores condições de vida, de evolução na ciência e na indústria. Em tudo que empurra o homem à pesquisa e às novas descobertas, inclusive na reavaliação de valores, de conceitos e preconceitos.
Mas então, Deus não nos dá tudo? Ele não nos dá o que queremos e sim o que necessitamos para a própria conquista do Eu Maior, através da eliminação de todas as imperfeições do ser, da busca de renovação interior.
Então este paradoxo se revela pelo próprio comportamento do homem que nunca está satisfeito com o que tem e não tem tudo o que quer. No entanto, poucos o compreendem como algo que os impulsiona ao próprio progresso individual, levando ao progresso da humanidade. E é aí que, egoísticamente, o homem sofre. Cobra dos outros o que deveria cobrar de si mesmo, cai em lamentações e desequilibra-se. Perde uma grande oportunidade de entender a si mesmo, como uma criança que teima em chorar para conseguir algo mesmo quando, no fundo, sabe que não tem motivos para tanto. Assim, aquele que tem a devida compreensão deste paradoxo, já alcançou um grande crescimento interior. Sabe que tudo está no seu lugar, tem a certeza que o progresso é individual e tem a convicção de que o mundo dos sonhos não é alcançado com tanta facilidade. Mas sim, por meio de várias oportunidades de quedas e tombos seguidos por um andar mais firme e equilibrado. Deste modo, deixará para outras gerações uma semente de um mundo melhor.
Então, como eu disse no começo, estes cidadãos são raros no mundo, não são?





OS CAMALEÕES DO PLANETA TERRA

Camaleões é o que todos nós somos.
Camuflados pelo ambiente que nos rodeia, nos transformamos, a cada momento, para dançarmos conforme a música.
Modificamo-nos constantemente sem nos importarmos com a tal moral e com a ética que verdadeiramente deveria existir entre os habitantes do planeta Terra.
Como podemos falar em amor, se falsamente amamos ao senhor que nos paga mais?
Como podemos falar em perdão se crucificamos a cada instante o ser que nos incomoda ou que não segue os nossos princípios?
Como podemos esperar que a vida nos abrace, se jogamos com ela ao nosso bel prazer?
Pensemos em nossos atos, avaliemos os nossos princípios e depois, corajosamente, deixemos cair as máscaras que tão habilmente sabemos trocar.
Renovemos, amigos, nossos valores. E saibamos enfrentar de frente a realidade da vida.
Pensemos em tudo isso e procuremos a renovação do nosso coração.





DESCENDÊNCIA DIVINA

Pare! Encha de ar os seus pulmões! Deixe que a circulação irrigue todo o seu corpo! Abra as portas e janelas do seu ser! Deixe a luz clarear os seus mais íntimos segredos! Liberte-se de tanto peso, de tanta sombra, de tanta dor, de tanta escuridão e amargura...
Receba e acolha tudo que a vida lhe oferece. Conheça toda a pluralidade das coisas, toda a complexidade daqueles que se acercam de você. Deixe entrar pelos seus poros, olhos, ouvidos e pensamento toda a grandeza deste seu mundo, que é apenas uma pequena parte do mundo real que gerou o seu ser. Não se amedronte com as proporções e medidas.
Se consegue ampliar tantos sentimentos negativos com as ilusões de que se alimenta, conseguirá ampliar também a leveza e a perfeição que em tudo existe com a certeza que alimenta sua descendência divina.




CIRCO DE ILUDIDOS

Imagens virtuais de uma cidade inóspita. Sonho e realidade se confundindo na noite metálica. Todos dormem nas largas avenidas e nas ruelas estreitas do subúrbio. Numa casinhola velha, ainda inacabada, uma mulher tece. Fios grossos, tons quentes e suaves contam-nos a história de sua vida. Uma história como a de todos nós: algumas alegrias, outras tantas tristezas, desânimo e esperança intercalando-se numa freqüência descompassada. Uma história cheia de vida, cheia de expectativas, alguns desenganos, muitas ilusões.
Quantas vezes ao cruzarmos com as pessoas as vemos como se fossem todas iguais. Estranhos sem nome, com destino desconhecido, com passado ignorado. E não percebemos que, assim como nós, sonham, anseiam e sofrem. Se nos fosse possível assim percebermos a tudo o que nos cerca, compreenderíamos de modo simples e irrefutável a nossa inclusão no todo. E o modo como este todo caminha em direção a um mesmo fim. Aprenderíamos a reconhecer em cada rosto, os nossos próprios traços e permitiríamos nos dar a conhecer e nos deixaríamos tocar pelo gesto alheio.
No entanto, ainda não é assim. Ainda estamos sentados sobre o nosso orgulho, embalando nossa vaidade com as cantigas de nossas ilusões. Ainda buscamos as quimeras...
Despertem, amigos queridos. Acordem deste sono embotado pelos seus enganos diários.
Se não é possível que joguem por terra tudo o que pensam de si mesmos e daqueles que os cercam que, pelo menos, deixem de adubar esta terra de onde brotam tantas imperfeições. Neguem-se a continuar dançando neste circo de iludidos.





APARÊNCIAS

Destacado contra o crepúsculo, vejo uma figura de homem que, em pé, observa a paisagem. Apenas uma sombra, um contorno. Pelo modo como o chapéu foi colocado, pelo cumprimento do capote que parece ter fiapos dando mostras de um tecido velho e surrado, presumo ser um velho. Alguém triste e cansado que busca no horizonte uma nova perspectiva.
Lentamente, esta figura vem se aproximando. Seu andar não me parece trôpego. Pelo contrário, vem quase a flutuar, pairando sobre o solo. Quando chega a uma determinada distância a visão de seu rosto me ofusca, tamanha sua luminosidade. O capote gasto que imaginei, representa um manto a cobrir-lhe os ombros. A imagem do chapéu se desfaz em raios de muitas cores. É. As aparências enganam...
Na verdade, não são elas a nos enganar, somos nós que, ao tecermos conjecturas ao seu respeito que nos ludibriamos.
E quantas e quantas vezes nos deixamos levar por aquilo que julgamos ver... E quantas vezes somos julgados por aquilo que os outros julgam ver em nós...
Descobrir é tirar o véu. É desvendar os segredos do invisível. E só podemos apreender verdadeiramente a realidade quando, ao cerrarmos nossos olhos, permitimos que nossa sensibilidade aflore. E deixe de embotar as idéias que fazemos daquilo que vemos ou nos permita ver se a idéia que fazemos corresponde, exatamente, àquilo que é.
Descubra em tudo o que o circunda a verdadeira intencionalidade. Se há um porquê e um para quê em tudo na sua vida, talvez você precise ver além desta funcionalidade. As coisas e as pessoas não existem para cumprir um papel determinado. A lei de causa e feito é apenas uma das leis de Deus. Talvez a mais próxima da matéria e, por isso mesmo, a mais conhecida.
Em volta há muito mais do que os seus próprios sentidos podem captar. É, as aparências enganam...
Vocês, como espíritas, começam a adentrar nestes mistérios.
Não precisam mais ver para crer pois sabem que seus olhos são incapazes de abranger a realidade toda. Porque sabem que o crer está muito distante da crendice mágica em poderes sobrenaturais. Porque procuram descobrir, através do seu raciocínio, por meio do aguçar de sua sensibilidade supra-sensível, a verdade que lhes seja possível compreender.
Um longo caminho começa a ser percorrido. Trilhem-no com desembaraço, com o coração sereno e a mente aberta e quieta. Aos poucos, irão percebendo a enormidade de coisas que os olhos não podem ver mas o ser pode perceber.




BENÇÃO E MALDIÇÃO

Tu és o que pensas, o que cativas e o que crias.
Se olhas o mundo como um aprendizado, como uma escola de várias etapas, compreendes a tua vida e és um homem de sorte.
Se buscas respostas para todas as tuas dúvidas e as obténs analisando-as, raciocinando friamente sobre cada ponto da tua existência, estás com meio caminho andado.
Agora, se vives reclamando pelos cantos, amaldiçoando esta tua vida bela, cheia de saúde; amigo, pára, reflete, e verás que o teu caminho não é tão árduo e pedregoso. Ele é apenas um arreio para tua evolução.
Fica em paz.




A CERTEZA DO INESPERADO

Flores em botão arrancadas. Secas. Caídas sobre a terra nua e vermelha. Tratores, máquinas movimentando tudo como se nada fosse. Moto-serra. O ar parado. As árvores imóveis e mudas. Hirtas de pavor e inércia. Dentre elas, uma se agita. As folhas se lançam ao ar num balé macabro. Estrondo. Tomba ao chão com todo o seu vigor. A paisagem se modifica. No início era tudo lento. Agora um novo mundo vai surgindo, como se brotasse do nada. Um nada provocado.
E tudo nos parece fatal e inevitável. A vida assim nos parece. Como uma grande fatalidade. O destino está traçado. E não nos apercebemos do modo como delineamos o futuro. Como pautamos num presente incompreensível as sementes de um amanhã que nunca chega.
O cimento veste a terra. Como uma armadura a reveste. E tudo fica limpo, asséptico, higiênico. Mas a vida se prepara e responde. De uma pequena rachadura no asfalto surge uma pequenina planta. Na sua fragilidade esconde-se uma determinação firme e inabalável e ela rompe o asfalto e cresce e se desenvolve. Bastariam dez anos sem que o homem circulasse pelas ruas de uma cidade para que a natureza a invadisse por inteiro e tomasse de volta o que é seu.
E tudo o que foi construído e toda civilização ruiria por terra. Restariam os homens que, atônitos, perguntar-se-iam: E onde tudo está? E como se foi? É preciso que se reconstrua tudo novamente... E perplexos, constatariam a inutilidade de todos os seus gestos.
Um exemplo fictício mas que bem demonstra a fragilidade da estrutura sobre a qual edificamos nossos sonhos: nossa vida.
Talvez ganhássemos mais se passássemos a nos vincular ao que verdadeiramente importa. Se despertássemos nossa sensibilidade para o inesperado que a todo momento surpreende os nossos moldes pré-concebidos do existir. Talvez pudéssemos compreender os seus avisos, a sutileza de suas sugestões a nos propor entradas e saídas. Talvez, assim, não veríamos nos grandes atos de transformação mais do que necessidades planetárias, mais do que respostas aos anseios secretos de milhões de seus habitantes.
Nós sabemos de tudo isso. É que estamos esquecidos. Aprendemos assim. Não estamos habituados às mudanças de paradigma e o que julgamos surpreendente e inesperado nada mais é do que uma entre as muitas possibilidades. Mas se esperarmos por ela, outra diferente virá.





... E EM TUDO MOVIMENTO HÁ

O rio corre. Corre o rio. Em seu percurso foi abrindo brechas, aprofundando sulcos, expandindo o leito, alargando as margens. E se fez caudaloso. Começou pequeno, tímido, uma mina d'água a fluir das pedras em meio à mata. Mas fez-se grande! Percorrendo terras, alimentando e dando vida, nutrindo e aplacando a sede de muitos, de todos que dele vêm beber. Perto de um grande centro urbano, jogam-lhe dejetos, detritos químicos e ele se torna feio e mal cheiroso. E qual de nós não torce o nariz, exclamando o seu desagrado quando por ele passa?
Mas continua sendo o mesmo rio... Por detrás daquela aparência há a mesma essência. E quando ele sai da cidade e dela se afasta, aos poucos vai deixando para trás toda aquela impureza e, cristalino, se lança ao mar.
Assim também é conosco. Aqueles que nascem diferentes, deficientes, ineficientes são como este rio. Reagimos do mesmo modo frente a estas pessoas. Torcemos o nariz ou, muito veladamente, desviamos o olhar de sua feiúra mesmo que intimamente os "desculpemos por serem assim" ou nos apiedemos de sua sina.
Tal como este rio, possuem estes seres a mesma essência que de todos faz parte. E se neste momento se encontram assim, de algum modo privados, isso não representa mais do que um instante nas suas múltiplas existências. Depurados, tornarão a ser o que sempre foram, o que realmente são. E quem de nós já não foi como um deles? Ou quem sabe, virá a ser? Não há como saber...
Amem a todas as criaturas como seres eternos que são. E saibam, em seu coração, que o ser tem múltiplas faces. Mas em cada uma delas, uma única verdade: a da aceitação e da certeza de que em tudo movimento há. E se nada parado está, nossos julgamentos também não podem ser definitivos.





ALGOZES

A cada dia, a cada instante, um algoz surge no nosso caminho.
Este amigo nos faz sentir e notar que não somos os únicos no mundo, que não viemos a ele para brincar ou para pisar e humilhar alguém. O que aqui fazemos, um dia nos será cobrado. Sempre haverá alguém para decretar e executar a nossa sentença reparadora.
Nós, irmãos, devemos agradecer àqueles que, em nossas vidas, fazem o papel de algozes. Pois, se amigos nossos fossem, encobririam a realidade dos fatos, deixando que continuássemos alimentando a ilusão e a fantasia inúteis.
Queridos irmãos, deixemos os nossos algozes fazerem o trabalho que lhes compete e agradeçamos a oportunidade de nos redimirmos aqui, nesta vida, a cada instante, através das suas cobrança.

Amadeu




SEMENTES

Dorme a semente, aconchegada no calor da terra que a abraça, envolve, alimenta, fortalece e prepara... Desperta a semente e, cheia de força, rompe os laços da terra e desponta para a vida. Deslumbra-se com o calor do Sol, com o ar que a toca, com a chuva que acalma e facilita sua luta pela sobrevivência. Recebe da mãe natureza tudo o que precisa para brotar, crescer, frutificar, florescer e cumprir sua missão.
Qual semente, descansa o homem nos braços do universo, fortalecendo-se, preparando-se... Desperta, abraça a vida com toda força e vontade de fazer frutificar seus planos, suas realizações... Recebe desse pai Universo tudo o que precisa para cumprir sua missão. Um dos instrumentos: a inteligência. E com ela cresce o homem, conquista, realiza... E conhece a ignorância. Recebe amor e julga estar infeliz. Recebe conhecimentos que só absorve se for para satisfazer seus desejos. Recebe bênçãos que julga serem castigos. Recebe misericórdia que interpreta como injustiça. Recebe dons que não reconhece como valorosos. Recebe todas as chances e as desperdiça querendo desvendar segredos que, de tão claros, tornam-se incompreensíveis.
Permanece na superfície, enquanto ignora a riqueza existente na simplicidade do seu interior.
Das sementes, é a mais privilegiada, por ter o poder da razão. Porém, das sementes, é ainda a mais lenta. Frutifica muito pouco, diante da abundância que recebe.




OLHEI COM OLHOS DE OLHAR, E CHOREI

Estava distraído a olhar o vento a balançar as flores (que estranho bailar aquele; que belo!). Enchi-me de encanto, e dei graças ao Pai por tão graciosa dança.
Mas, logo depois, uma cena me causou espanto. Para azar meu, pois acordei a quem dormia... Três marimbondos... Um deles agonizava. Dois pareciam que confabulavam. Atentei-me e um arrepio tomou-me todo. Os dois sadios executaram aquele que nada mais podia.
Atormentado, fugi de tamanha cena. E meus olhos foram em busca de uma outra mais amena. Foi quando viram a bela flor, que mais parecia um cálice amarelo que, talvez invejosa do hálito do Sol, fez tentativa de imitá-lo. Então, me perguntei: Por que, delicada vida, te fazes tão bela se és solitária? Então vi outra beleza de asas pousar nela. Ah, que encanto aquele momento! Mas logo a minha mente racional, ainda sonolenta, perguntou-me: Por que aquilo? E ela mesma respondeu-me severa.
- Esquece tal encanto. O que vês é puro egoísmo daquela que nada pode, por estar presa ao chão. Então ela se faz bela para atrair quem lhe pode garantir a polinização. O que viste foi puro egoísmo.
Diante disso, meu encanto se foi. E meus olhos tristes foram em busca de algo mais em que atentarem-se. Então vi um bando de rolinhas, pequenos símbolos da paz e da harmonia se aproximarem de farta comida. Havia muita, para fartar a todas. E agradeci ao Pai por tamanha oferenda, mas logo este meu sensor íntimo não deixou por menos. E mesmo eu não lhe dando a palavra, pôs-se ele a falar, a gritar-me aos ouvidos:
- Vês como brigam! De que adianta a comida! Bicam-se apenas, e a comida fica. É que todas querem tudo. E disse-me mais: acusas os homens de serem assim, de brigarem por muito, como brigam por muito as que vês aqui. Os homens e os animais são iguais; não merecem a bondade do Pai; são egoístas, executores, interesseiros, verdadeiras feras.
- Cala-te, gritei com raiva. Me quebras o encanto, o delicado gozo, a ternura do momento. Cala-te sensor severo, crítico mordaz, índole pecaminosa. Vês apenas o mal, quando também poderias enxergar o bem.
- Viste uma execução ou o fim de um sofrimento? Viste um ato de egoísmo na flor, quando poderias ter apreciado o encontro de duas flores, uma que fica e outra que vai. Viste depois um bicar severo de pequeninas aves que simbolizam a paz, como poderias também ter achado graça de tamanho reboliço. Pois mesmo diante de tamanha contenda, nem uma única se feriu, e aproveitaram-se disso os pardais e outras aves delicadas para se alimentarem também. Agora cala-te sensor severo, eu te ordeno. Cala-te de vez, pois destilas veneno e infectas as mentes. És duro, és atroz e não há na tua bagagem qualquer tolerância ou duas medidas.
Por isso te chamam razão.
Volta ao teu sono pois, desperto, atormentas.
Azar o meu, acordei a quem dormia...

Enéias
"agora feliz"




SERÁS MARTELO OU CINZEL? POIS QUE A ESCOLHA É TUA

(Num atelier em Roma)
- Fala! Fala! - eu te ordeno. Fala, que não és mais pedra, mas bela figura. Ordeno-te que fales, pois que não és mais um grotesco, um tosco mármore.
Assim gritava o exímio escultor diante da sua sublime criação, da sua obra prima, no seu êxtase.
(Num subúrbio da França)
- Corre, lerdo raciocínio, massa infame de cor cinzenta. Anda depressa! A sublime inspiração é um instante fugaz mas que, agora, já me toma todo. Ah! doce momento, imensa alegria, doce tormento... Mas como agarrar-te se és fugaz, e como odiar-te se me encantas a alma?
Ah, maldita pena! Não andas, te arrastas. Que tormento é escrever o que me vai na alma! Não há tempo para o todo que recebo e metade se perde... O que fica, nunca sai a contento. Quisera eu dormir, pois, no sono, esqueço. E acordado, sofro com as maravilhas que me escapam. Ah! louca, doce inspiração que, aos poucos, quase me mata...
(Num fosso de orquestra, na Alemanha)
- Maldito instrumento este, que não suporta as harmonias que recebo. Firo as cordas deste maldito violino, desta matéria pobre, desta sofrível sombra da orquestra infinita que me vibra n'alma.
(Num canto qualquer do Vaticano)
- Oh, Deus! Pai dos mundos e do que existe, ajuda-me na minha fé. Sei que existes, que és uma verdade, mas falta-me a convicção, a certeza, a doce paz. Oh! Deus Pai, que não estás em mim.
Gritou o escultor em quase histeria. Também o escritor, o músico e o cultor. Gritaram todos em agonia.
Não sabem. Mas que felizes são! Já não dormem, acordaram para as alegrias do espírito. Se há tanto lamento, é porque ainda não sabem que dão os primeiros passos nas vias da harmonia.

Gustavo
Um ensaísta




CRESCIMENTO

Agradeço ao Pai pelo entendimento que tenho hoje, que é salutar para o meu espírito.
Venho a esta casa para poder expressar um pouco do que temos de verdadeiro.
Sabemos o quanto é grande a dificuldade para alcançarmos qualquer objetivo. Ao primeiro vacilo, deixamos tudo se perder, porque na maioria das vezes preferimos perder para não termos que mudar, não é verdade?
Quantos são os derrotados? Inúmeros! Não porque fracassaram, mas porque não lutaram pelo que buscavam. A preguiça mental paralisou-lhes além da mente, o corpo.
Sejamos fortes para adquirir sucesso no trabalho, seja ele qual for.
As dificuldades interiores são as provações que temos que superar e, as dificuldades exteriores, essas amigos, são para o nosso crescimento como pessoa, por isso não devemos fugir e sim enfrentá-las com compreensão e sem muita raiva. Nutrir bons pensamentos é o caminho para a paciência e a tolerância e para que todos os dias a esperança seja nossa companheira constante.
Sigam em paz nos trabalhos do cotidiano, este é o caminho do crescimento.

Rafael




DIFÍCIL VIVER, MAIS DIFÍCIL COMPREENDER

O seu mundo vem atravessando uma fase difícil, onde o medo e a intranqüilidade tomam conta dos seres encarnados.
O pouco conhecimento e a falta de espiritualização é que vêm tornando a vida nesse orbe traumatizante e desesperadora.
Entretanto, não existe o desejo de tentar compreender o porquê de tantos acontecimentos que só causam tristezas, sofrimentos e incredulidade no Pai. Esse Pai que tudo vê e permite que seus filhos, através de suas próprias experiências, possam um dia compreender que eles, tão somente eles, são os verdadeiros culpados pelo que vem ocorrendo. Tendo como causa de tudo a sua indiferença moral e espiritual, o seu desejo cada vez maior de atingirem o poder, bens materiais desnecessários e tudo o que vem em nome da ganância, do desequilíbrio de suas mentes e por não verem à sua frente senão interesses mesquinhos.
Filhos, para que suas vidas possam começar a ter um sentido mais facilmente compreendido e assimilado, dispam-se de todas essas imperfeições que os torna vítimas de si próprios.
Busquem viver de uma forma mais simples, mais sóbria. Só assim conseguirão amenizar suas ansiedades, seus desejos que sequer compreendem na sua extensão.
Voltem-se um pouco para dentro de si mesmos e descobrirão tesouros tão grandes, que farão despertar em todos o desejo de uma mudança para algo maior, acenando para um final feliz e tranqüilo.
Que Deus os ilumine.

Um pai amigo




ORGULHO E VAIDADE


Aqui e agora devemos resolver as nossas mágoas, se as temos. Não podemos jamais levá-las para a espiritualidade, se não quisermos ser laçados por grupos afins ao nosso estado de espírito tão negativo nessas situações.
Inimigos, não os temos se não quisermos, pois somente os atraímos quando não sabemos amar, perdoar e até deixar-se humilhar, se assim podemos nos expressar.
Se a coragem nos fortalece o coração, nos desvinculamos dos vícios mais comuns entre os humanos: o orgulho e a vaidade.
Vícios? Sim, porque apesar de extremamente negativos e destruidores não os controlamos, antes, os alimentamos.
Quando esquecemos o orgulho próprio e nos tornamos mais humildes, nem percebemos quando somos ofendidos ou caluniados, continuamos na nossa caminhada e não damos resposta a qualquer mesquinharia.
Quando o amor toma conta do coração, nós não só não deixamos de enxergar o mal, como damos em retribuição o carinho, o bom exemplo, o amor.
Portanto amigos, inimigos não os temos se inteligentemente agirmos em benefício de todos, esquecendo de reagir com a mesma moeda o mal que nos oferecem.
Reflitam e se esforcem para aproveitar esta dica tão difícil de ser aceita.

Alfredo,
um amigo da casa




POR QUE REPETIR A LIÇÃO?

Amanhã nos lembraremos dos bons conselhos que recebemos do alto quando algo nos incomodou e levianamente reagimos da mesma forma errada e mesquinha, como troco da ofensa que nos foi desferida.
Quando no plano espiritual chegarmos e percebermos o quanto demonstramos ainda ser infantis, reagindo negativamente, alimentado o nosso ego, o nosso orgulho e a nossa vaidade e esquecendo que a humildade é o lema que devemos ter como filosofia de vida e ainda nunca nos lembrando que a caridade é o caminho que devemos seguir e deturpando o real sentido da palavra em favor do nosso conforto material, iremos chorar pelo tempo perdido e então calmamente teremos que recomeçar.
Então, amigos, não seria mais fácil dividirmos as nossas obrigações morais para serem alcançadas à prestação e calmamente nessa vida, do que aumentarmos o tempo de trabalho na espiritualidade tendo que voltar para repetir a lição?
Pensem e comecem a exercitar.

Um amigo




EU, INIMIGO MEU

Com que intuito foi dito "amai os vossos inimigos"?
"Amai os vossos inimigos" significa, primeiramente, amar a nós mesmos, pois muitas vezes somos nossos próprios inimigos. Os inimigos não são nada além de uma alavanca para que possamos galgar degraus mais elevados, pois quando conseguimos perdoar e até mesmo amar nossos inimigos, significa que já alcançamos patamares maiores e que somos capazes de compreender que aquele suposto inimigo não é nada além de um amigo que vem nos dar a oportunidade de praticar a caridade, o perdão e a compaixão. Mas de tão ignorantes que somos, queremos revidar tudo sempre com a mesma moeda. Queremos estar por cima, dar o troco. É onde lhes pergunto: quem é nosso verdadeiro inimigo, senão nós mesmos?
Através do nosso orgulho, do nosso desejo de vingança, de um ato de desamor e desrespeito tratamos o semelhante como um inimigo. É preciso que tomemos consciência de que devemos nos desprender dos apegos materiais, das buscas insanas para provarmos que somos melhores que os outros. De que adianta estar sempre por cima, sempre olhando o semelhante com ar de superioridade? Não nos levará a lugar algum, senão ao fundo do poço.
Aonde queremos chegar com a atitude tola de revidar, de dar o troco? Onde queremos chegar? Por certo que pensamos estar fazendo justiça. E eu lhes pergunto: qual a verdadeira justiça?
A dos homens que buscam a todo custo serem superiores uns aos outros? Ou a de Deus em comunhão com o Universo, onde o amor, a igualdade e a fraternidade devem imperar espontaneamente? O verdadeiro amor não se impõe de fora para dentro. Ele desabrocha como uma flor, de dentro para fora.
Deixem esse amor brotar de dentro de vocês, pois todos temos a semente necessária para cobrir o universo com muito amor. Basta apenas querermos.





REFLEXÕES SOBRE OS PAIS

Quando somos chamados a honrar ao nosso pai e à nossa mãe, somos advertidos da necessidade de demonstrar-lhes respeito e amor. Estas atitudes têm uma mesma nascente: o sentimento de gratidão em relação àqueles que muito deram de si a nosso favor, àqueles que se colocaram num segundo plano, muitas vezes, para que nos beneficiássemos.
A gratidão... A mesma gratidão que deveria nutrir os nossos momentos de interiorização. Momentos estes que não deveriam estar circunscritos aos breves instantes em que nos encontramos sós. Deveríamos ser gratos em todas as circunstâncias, o tempo inteiro. Sermos gratos pelo próprio tempo, gratos por tudo o que nos acontece. Só assim estaríamos superando as dificuldades que as lições destes acontecimentos encerram.
Pai e mãe estão muito próximos de nós. São os próximos mais próximos que temos. Então, para nós, é muito fácil amá-los. E talvez, por isso mesmo, tenham sido escolhidos para demonstrar e sugerir-nos a necessidade da gratidão. Contudo, muitos de nós sequer consegue honrar este sentimento de carinho e cuidado em relação aos próprios pais. E olhem que essa necessidade foi apontada apenas como o primeiro passo para o longo aprendizado de respeito e amor à vida. Não conseguimos ser gratos nem com quem temos tão caros laços de afeto, desde pequenos... Entretanto, queridos amigos, este seria o primeiro passo...
Experimentar a gratidão profunda em relação a estes seres que nos ajudaram a vir à vida, abrirá as comportas de nosso coração para a verdadeira convivência, para que avancemos em direção à comunhão com todos os outros seres, com o Grande Ser que temos em nós.




REFORMULAÇÕES

Nesta vida, estamos em constante processo de ensinar e aprender.
Aprende aquele que ensina, aquele que sabe e faz.
Aprende aquele que não sabe e quer aprender.
E neste trocar de ensinamentos e aprendizados somos obrigados a entrar em contato com novas teorias, seja por qualquer meio de comunicação que o conhecimento chegue até nós. Pela leitura, pelo ouvir, pelo ver, somos apresentados aos avanços da ciência neste fim de século. Somos obrigados à transformações de conceitos, de pré-conceitos, à reformulações de posturas em nossas vidas. Aprender e não aplicar é não evoluir, é parar, é estacionar. Para colocar em prática em nossas vidas tudo aquilo que aprendemos, é necessário esforço e trabalho contínuos. E deste esforço e deste trabalho nascerá uma compreensão maior dos fatos que, hoje comprovados cientificamente, nos levam a repensar, a reformular e a nos transformarmos em seres mais conscientes do porquê, do para quê, do para onde direcionar ou redirecionar as nossas vidas. Construir, reformar, destruir, para novamente construir. Que este trabalho seja contínuo em cada um. Que não esmoreçamos em força, vontade, fé e coragem de seguirmos adiante, ampliando nossos horizontes, ampliando nossas mentes, nossas consciências, em busca de uma compreensão maior. E nunca se esqueçam que ensinamos constantemente, diariamente, a cada minuto de nossas vidas, aquele que de nós se aproxima. Não deixando nunca de lembrar que aquele que se aproxima de nós também pode nos ensinar. Por menor que o consideremos, por mais ignorante que o achemos, estamos constantemente em processo de ensino e aprendizado, reformulando nossos conceitos de verdade, de amor, de caridade, de vida. Portanto, meus amigos, através do conhecimento comprovado através de fatos, reformulemo-nos, nos conscientizemos de que a transformação virá. Não a transformação da Terra, mas a transformação do ser humano em busca de uma compreensão e de uma apuração maior de sua consciência a caminho de Deus.
Estejam todos em paz.



TRANSIÇÃO

Mesmo a mais densa bruma se dissipa rapidamente quando empurrada por um vento forte e impetuoso.
Vivemos num tempo em que os pensamentos permanecem envoltos em névoa, perdidos em meio a um turbilhão de idéias que caracteriza essa nossa época. Uma época em que é difícil sentir, já que as próprias emoções se embaralham nas muitas sensações de um único dia.
Mas, já se aproxima o tempo da clareza. O tempo em que, límpido, o nosso pensar terá uma só direção. Embora pareçam múltiplos os caminhos, todos levarão a um mesmo fim. Desde que a intenção de atingí-lo impulsione os passos. Uma intenção alimentada pela atenção verdadeira no próprio caminhar. As regras de conduta, tão necessárias no tempo em que vivemos, cederão lugar à necessidade intrínseca em cada ser, de fazer a sua parte, de integrar-se no grande movimento que o cosmo executa à sua volta.
Já percebemos as imagens de uma transição entre estes dois momentos. Nunca foram tão difundidas as noções a respeito de consciência, de um tratamento holístico a tudo e a todos os seres. Nunca se pensou tanto a respeito das perdas que o homem se impôs, quando distanciou-se do meio natural, quando distanciou-se do que é essencialmente real e, infiltrando-se nos meandros da mente, erigiu um mundo de concreto, mas virtual e ilusório na ausência de valores.
São sintomas que notamos em cada um de nós. Que nos exigem mais do que nossa reforma íntima, exigem uma intimidade maior com o que está fora de nós, uma compreensão mais apurada do instante que vivemos, uma sintonia afinada com a grande sinfonia do Universo. Uma música que, mesmo sem percebermos, inunda a nossa alma impulsionando todas estas mudanças, detonando todo o processo de transformação que pensamos apenas assistir, mas ao qual precisamos nos adequar.
O exercício da sensibilidade e da vontade, determinam o grau de nosso envolvimento e ampliam as nossas possibilidades de desenvolvimento.
Uma reflexão...

Heitor



DESPERTA HOMEM

Vagava sem destino, levada pelo vento, uma semente que nem sequer sabia qual seria o seu objetivo. Carregada pelo vento, isentava-se de procurar e dirigir seu rumo. Apenas deixava-se levar, meio insone até. Porém, um dia o vento deixou de levá-la, cessou de soprar em sua direção, silenciou-se... A semente caiu. De repente acordou, assustou-se, sentiu-se perdida, desacostumada que era com a nova condição. Mas, passado o choque, intuitivamente voltou-se para a terra, reconheceu ali seu alimento, reencontrou sua função, descobriu-se transformando-se, adquirindo novas formas. E como que num renascer, atendeu ao chamado da mãe natureza para utilizar todos os seus talentos, uni-los a todas as "ferramentas" a ela oferecidas, e frutificar.
Desperta homem-semente! Foi você também levado ao sabor do vento, já deixou-se vagar sem rumo, desviou-se tantas vezes do seu objetivo. Há muito o vento parou de soprar, há muito que você "caiu na terra". É pois, a hora de fazer o movimento intuitivo e voltar-se para dentro de si mesmo, reconhecer seus talentos, recolher as "ferramentas" a você oferecidas (a inteligência, a vida, suas habilidades, sua instrução, sua vontade...) e frutificar.
Alimente-se das "seivas" que Deus, através da vida, lhe oferece e ofereça os frutos do seu trabalho, da sua melhora, da sua evolução a todos que como você ainda são seduzidos pelo soprar do vento.



VERDADEIRA VISÃO

Quantas são as cores do arco-íris?
Sete? Engano seu. Há muito mais!
Na sutileza das gotas de chuva, transpassadas pelos raios solares, uma infinidade de cores transformam-se e refletem a alegria colorida que, mesmo simplificada pelo seu olhar, causa-lhe encantamento.
O violeta precisou do azul e do vermelho para apresentar-se ao seu olhar.
Do amarelo e do vermelho resultou o laranja.
Mesmo que aos seus sentidos seja impossível captar tal riqueza, nem assim deixam de existir.
Pois bem, muito há para ser descoberto e que seus sentidos não percebem: vidas, energias, movimentos que passam desapercebidos por você. Eles existem! Permita-se conhecê-los, percebê-los. De que forma? Antes de mais nada aceitando a sua existência, depois percorrendo seu interior para reconhecer em si o que quer ver fora, experimentando "soltar-se" de tanta rigidez, amenizando seus pensamentos, serenando seu coração, ouvindo o silêncio. Dispondo-se a "abrir" novos canais! Sintonizando sua própria energia desconhecida e, naturalmente, começará a perceber o que antes não percebia porque mantinha fechadas as "portas" do seu ser.



A MATRIZ DOS MALES

Olhai a vossa volta. O planeta treme inconformado.
É que o martelo foge da mão do artífice.
A foice daquele que ceifa o campo.
O arado não é mais obrigação do boi.
E o mundo treme.
A moeda de troca não mais carrega sua verdadeira razão, pois que era instrumento e agora é senhor.
Ah, homem! O que fazeis?
Pois que ireis chorar lágrimas de sangue pela dor que provocais. Vosso egoísmo traz dor, apavora, desconcerta. Fugi desse algoz que vos promete o que pouco importa, pois que acumulais ouro, mas também desgraças.
Esta não é uma mensagem, mas um grito de dor, pois não imaginais, nestes dias, como tramam as nações no seu egoísmo, buscando caminhos para a retomada do poder, da supremacia e do lucro.
Cegos, apenas cegos. Esquecidos que trabalho gera consumo e consumo gera trabalho.
Que estas minhas palavras não causem em nenhum de vós desânimo, revolta, intolerância. Mas, que fortaleça, isto sim, a esperança, pois o plano espiritual, sob a direção de Cristo, está atento a tamanhos desmandos. E não importa o tempo que isto dure, acreditem: é vontade do Pai de todos que o martelo volte a malhar o ferro, que a foice volte a ceifar o campo, que o boi volte a suar.
Equilíbrio e paciência é o que vos peço por hora.




O SOL NASCE PARA TODOS

O ser humano deveria observar a natureza com mais profundidade pois, se assim o fizesse, deixaria de julgar os seus semelhantes, especialmente aqueles menos privilegiados pela sorte.
Não há criaturas superiores. Todas partiram de um mesmo princípio e todas chegarão a um mesmo fim.
A superioridade de cada um está no seu comportamento moral, no conhecimento adquirido e interiorizado, não apenas num intelecto vazio e prepotente.
Muito ainda terão que caminhar os seres humanos para chegar a uma compreensão da verdadeira realidade do espírito. De um modo geral, suas mentes ainda permanecem vazias, despojadas de qualquer interesse que represente crescimento ou um horizonte novo no seu caminhar. Como encontram-se tão ligados às coisas da matéria, não conseguem sequer observar o grande exemplo de igualdade que Deus nos dá, através da natureza.
O sol aquece a todos, não importa se vivem num palácio, numa choupana ou mesmo na rua.
A chuva leva o frescor para todos, independentemente da sua condição social.
A terra está pronta para receber tanto o corpo do rico, como o do pobre.
Deus não faz diferença entre seus filhos. Para Ele, somos todos iguais. A única diferença que há, está na superioridade moral. Pois há aqueles que buscam com maior firmeza tudo o que possa elevá-los espiritualmente e aproximá-los mais do Pai. E todos estão no caminho. Não importa que alguns estejam perdidos hoje, com certeza, amanhã, despertarão para a luz. Esse é o destino de todos.
Portanto, amigos, não julguem, compreendam. Não façam inimigos gratuitos por lhes faltar a caridade necessária para a compreensão do que qualquer irmão deve receber.
Antes de crucificarem um irmão em dificuldade, não importa qual seja, olhem-se e vejam se estão isentos destas mesmas imperfeições que apontam.
O Cristo nos deu grandes exemplos de humildade e caridade. Ele não julgou, não condenou, não ofendeu. Ele a todos compreendeu.
E vejam bem: ELE É UM ESPÍRITO PURO!!!
Nós sequer temos a capacidade de entendê-lo... Então, procuremos apenas olhar para o nosso interior e, aí sim, fazer as críticas necessárias à construção de um caminhar mais seguro e menos julgador.

Um irmão que veio de longe



TEMPO, ESSE TIRANO

Toda a nossa vida é pautada pelo tempo.
Tempo de nascer.
Tempo para crescer.
Tempo para o lazer.
Tempo para o trabalho.
E assim, a vida caminha célere. Sem nos darmos conta de que tudo é meticulosamente calculado por esse tempo tirano...
Não conseguimos parar e viver, um momento sequer, longe dessa cobrança.
Não há tempo específico para a nossa paz, para a nossa interiorização pois, a todo o momento, somos lembrados de que o tempo está passando e que nada estamos fazendo para conseguir caminhar com ele.
Paremos, amigos! Pensemos apenas que somos seres espirituais e que, exatamente por isso, sabemos que a eternidade é a nossa companheira constante. A partir daí, estipulemos os nossos momentos de introspecção, de elevação e aproximação com a grande verdade, com a nossa grande realidade: a busca de nós mesmos. E levemos o tempo que determinarmos ser necessário para esse desidério.
A paz, a tranqüilidade, a humildade, a alegria não podem ficar restritas ao tempo determinado pelo cotidiano homem.
Cresçam, elevem seus conhecimentos, pois é lá que está o seu verdadeiro tempo: o tempo medido pela eternidade.
Vivam, trabalhem, estudem, conquistem a sua paz. A eternidade não é medida pelos mesmos parâmetros de tempo aos quais estamos habituados.
O tempo faz parte, apenas, das necessidades terrenas. Foi feito, apenas, para aqueles que não conseguem disciplinar suas vidas sob outra ótica.
Que Deus os proteja.

Um irmão que veio de longe



PARTIDA

A palavra é conscientização. Não haverá progresso se quiseres transgredir as leis naturais. Eleva o teu pensamento até Deus Criador, Onipresente, Onipotente e Ele te ajudará.
Quando estás criando meios para suportar os revezes da vida, certamente estás experimentando a fé em Deus. E mais adiante atingirás a verdadeira compreensão. Não te cobres o trabalho, mas a ociosidade.
Não te sintas alijado pela falta de compreensão do teu próximo para contigo. Apreende a mensagem e verifica a possibilidade de tirar desta, um ensinamento.
Aos filhos de Deus foram dadas as mesmas premissas, como a liberdade de escolha. Há quem a isso entendeu e optou pelo melhor caminho. Outros confundiram a comunicação e preferiram trilhar os escombros da vida.
A estes, devemos desejar força, coragem e arrependimento para que o seu regresso ao convívio daqueles mais atentos e às mensagens do Criador, se dê em breve.




VIDAS

Sim. É como se fosse um vício a vida material. Ao nascer, a criança não recebe, via de regra, nenhuma saudação de cunho espiritual.
Essa criança, seja qual for a crença dos seus pais, desenvolve-se, até que ela perceba ou os pais descubram, que ela é uma alma.
Caso os pais dessa criatura não conheçam o espiritismo, mais difícil será esta descoberta, por livre e espontânea vontade. E a vida material, o que dará de respaldo para que este ser perceba os reais valores espirituais? Grosso modo, nada. Aqui e alhures, centelhas de compreensão, amor e caridade...
Milhares de anos já se passaram e o homem ainda não aprendeu a amar. Criou signos e símbolos de valores duvidosos que são lidos e compreendidos somente ao nível material. Não percebeu que os valores espirituais não se encontram nos livros. Eles são leis naturais. São de Deus. E pensar que é preciso tão pouco... Basta olhar para frente e para si.
Depois da Revolução industrial, temos algum bom exemplo para praticarmos a caridade?
Perdemos a identidade e surgiram outras dades: produtividade, individualidade, qualidade, competitividade. Isto tudo, acompanhado pelos instrumentos mais cruéis e agressivos de propaganda e marketing.
O mundo carece de pessoas com capacidade para arrebanhar mais e mais irmãos, levando-lhes uma palavra apenas: FÉ.
Que todos nós tenhamos a chance de nos conhecermos melhor.






JÁ É TARDE!

Já é tarde! Não há mais tempo para se protelar atitudes novas.
Já é tarde! Perdeu-se muito do tempo disponível com as explanações e análises muito mais próximas da defesa de cada idéia do que da honesta medição de valores essenciais.
Num jogo de papéis atribuem-se poderes e sabedoria, estabelecem-se regras, organizam-se posturas... E desenvolve-se a sociedade.
Perde-se precioso tempo e a mais preciosa oportunidade cuidando do envoltório, relegando-se a segundo plano o conteúdo.
Mais uma vez aprimoram-se na apresentação do frasco para só depois atentarem para a sutileza do perfume.
Comparo ao frasco a apresentação da sociedade cada vez mais complexa, dinâmica até, porém cada vez mais distante do olhar sensível, necessário para que se torne mais fraterna, mais "humana".
O perfume que se encontra dentro deste frasco aguarda um olfato mais apurado para ser descoberto.
São todas as criaturas agentes nesta sociedade o perfume bruto, a essência a ser manipulada.
O olfato apurado é nossa consciência que necessita ser despertada.
Mas muito tempo já foi perdido nessa espera inerte e improdutiva. É momento de agir: despir-se de tantas cobranças inúteis, desvincular-se de tantos padrões massacrantes, desligar-se de tão equivocados valores... Enfim... Abrir-se para as verdades da alma que são baseadas na honestidade dos sentimentos, na despreocupação com os julgamentos alheios, na busca sincera do respeito e da simplicidade nas relações.
Para tal mudança, é necessário desviar o foco da "apresentação externa" para dirigi-lo com franqueza à "essência interna" daqueles que constroem essa sociedade e atribuir verdadeiros valores determinando aquilo que é supérfluo e aquilo que é essencial: convenções e atitudes; cobranças e responsabilidades; conforto e construção própria; competição e progresso; ordem e harmonia; egoísmo e liberdade; relatividade e eternidade; convivência e felicidade; medo e respeito; posse e amor; dependência e auxílio; relacionamentos e convivência equilibrada; ... o dispensável e o básico imutável.




SER ALGUÉM

Curiosa, intrigante, enigmática e por demais séria esta frase. Pois em nossas vidas, devido a grande ansiedade, necessidade e pressão infinitamente maior em querermos ser o melhor, nos esquecemos constantemente dessa verdade maior: O Pai, criador da vida.
E nesse turbilhão enorme de buscas, conquistas de bens... e de outras tantas coisas que buscamos sem muitas vezes nem sabermos o porquê, acontece o inevitável: somos anulados e anulamos nossa vida e a de nossos irmãos. Vidas estas que tem por finalidade neste planeta, crescer, evoluir, aprimorar-se para um estágio novo e breve que está por surgir. Mas com nossas inseguranças, nossa falta de fé e humildade, nos acovardamos, nos escondemos, sempre achando que amanhã será o dia especial para começarmos essa grande e necessária mudança interna, esse ser realmente alguém, com atitudes e valores iguais e unânimes para todos, com uma compreensão dilatada no sentido de que somos todos filhos do mesmo Pai e da mesma mãe natureza.
Amemo-nos, respeitando-nos como irmãos que somos. E paremos, ou melhor, esqueçamos de pesar as pessoas, medir as nossas amizades pelos bens, sobrenome, profissão e até mesmo religião que nossos irmãos tenham. Sejamos sinceros e honestos ao aceitar os outros e assim será mais fácil conviver sem medo de nós mesmos.
E tomara consigamos...
Ser alguém!



PASSO A PASSO

O horizonte é uma ilusão. Uma linha que demarca um encontro entre o céu e a terra, mas que nunca existiu. Ao mesmo tempo, o ponto mais distante que nossa vista pode alcançar. Uma meta que alimenta os nossos sonhos de futuro.
Mas o horizonte é impossível de ser alcançado... Percebemos que depois dele há todo o resto do mundo a ser explorado. Há toda uma realidade que desconhecemos. E mesmo que nos lancemos a esta descoberta, não chegaremos "à beirada da Terra", onde o Universo representaria o nosso horizonte perdido.
Então, se nossa vista descortina tão pouco, se nossa mente tão pouco alcança, que grandes maravilhas ainda temos por conhecer?
Lancemo-nos às nossas experiências, não com a avidez dos que esperam atingir uma meta distante, mas com a certeza dos que sabem esperar a próxima meta. Dos que sabem dar cada passo como se fosse o único, abraçando todas as possibilidades. Porque se muitos outros vêm, não sabemos quantos. Depois do horizonte há sempre um novo horizonte. E infinitas formas de atribuirmos-lhe beleza e significado sem tentar possui-lo ou ultrapassá-lo com nosso imediatismo tolo.



SOLIDÃO

Às vezes nos sentimos tão sós! Olhamos ao nosso redor e não vemos ninguém. Incrível, num mundo com tantos seres. De onde vem esta solidão? Será que não somos nós mesmos que a criamos?
Devemos parar e analisar, talvez após breve retorno à nossa consciência iremos ver que estamos colhendo o que plantamos.
De tanto "pré-julgarmos", sempre achamos que aquele que está nos estendendo a mão está em busca de algo em troca. Devemos ser mais flexíveis, mais tolerantes com nosso próximo. Talvez não enxerguemos, mas somos iguais a todos. A amizade que hoje falta para nós, sobra para ele.
O mundo está aí presente, devemos abrir nossos braços para podermos ser abraçados também.




COMUNHÃO

Todos viemos para este planeta num estágio de aprendizado. Aqueles aí encarnados e nós aqui, chamados "os desencarnados", num processo contínuo de aprendizado e evolução estamos todos juntos, já que o homem está onde está seu pensamento.
Assim, chegamos um dia na Terra recebendo exatamente o material necessário para iniciar a aula.
Quando acabamos de nascer "choramos" ao nos depararmos com a luz que a Terra oferece, somos envolvidos pelos braços da mãe e pelos braços do pai, sentimos fome. Com o passar do tempo, em nossos primeiros passos, vamos nos dando conta dos nossos sentidos: ver, ouvir, falar, cheirar, sentir... E assim, caminhamos encontrando criaturas da mesma faixa etária que nós, descobrindo a cada dia uma sensação nova sobre nós mesmos e na relação de troca, do conhecer um pouco do outro. E com este conhecimento, adquirimos mais material para o nosso descobrimento interior.
Um dia nos apaixonamos, nos casamos, e então esperamos ser felizes para sempre.
Só que neste pensar tão superficial, esquecemos que o outro é um universo, assim como eu sou um universo e não posso, em momento algum, despejar os meus anseios, as minhas frustrações na outra pessoa.
O outro, como eu, está ainda tropeçando, aprendendo, sofrendo, se relacionando, trocando, desejando; ainda não se burilou totalmente. Eu também não.
Desta forma eu não posso exigir aquilo que não posso oferecer.
Se ainda não aprendi a realmente sorrir, não posso impedir o outro de chorar.
Comunhão é um trabalho de muitas conquistas. Conquista da tolerância, da paciência, da resignação, do desprendimento, da bondade, do perdão.
Não adianta querer crescer sem passarmos por aquilo que ainda não entendemos.
Tudo aqui, aí, tem a sua função certa, correta, encaixada no tabuleiro que sua vida requer neste instante.
Não desperdice o momento que você tem de realmente apartar, limpar, faxinar, aquelas emoções doentias que destruindo neste instante o seu ser, estaciona o seu crescer.
Você é a sua própria ação. E é a ação que o chama neste instante.
Você tem tudo, mas cabe somente a você encontrar... em você.



ABANDONAR PAI E MÃE

Todo aquele que receber uma informação e tiver o discernimento necessário para interpretá-la, é um ser mais equilibrado.
Porém, raramente os homens fazem essa interpretação de forma correta, pois sequer procuram saber um pouco mais sobre as obras de quem a transmitiu.
Assim acontece com algumas mensagens do Cristo, que amedrontam quem as recebe. Precisamos analisar os fatos: o homem é dotado de raciocínio, não é um rebanho e tem sua individualidade. E é aí que o pensamento de abandonar pai, mãe e filhos não pode ser analisado ao pé da letra.
O homem foi criado para o progresso, e este não está reservado para a fase encarnatória, está no mundo espiritual, pois o ser humano é um espírito vivenciando experiências num corpo físico. Então, terá mais equilíbrio quando compreender que a família terrestre é uma oportunidade para o crescimento de todos que a ela estão ligados e que este crescimento não existe se quiser separar-se da sua vida verdadeira que é a espiritual, se esquecer-se do seu Criador. O que o Cristo quis passar é que devemos despertar para o entendimento. Não importa que magoemos nossos familiares, que os deixemos temporariamente, desde que tenhamos todos em nosso coração desejando-lhes, sempre, progresso, luz e paz.
É evidente que não precisamos deixá-los, mas sim, não nos deixar influenciar por eles. Procuremos erguer a candeia para que todos possam ver e ter acesso à luz. O que Deus espera é que todos sejamos uma só família, mas uma família de luz, com muita fraternidade, muita paz e crescimento. No entanto, o crescimento da humanidade não é coletivo, é individual, e devemos despertar para que possamos seguir um caminho de luz.
Mesmo que, temporariamente, firamos o orgulho da família, devemos ter a coragem de enfrentar novos caminhos, pois com a melhora individual, certamente outros terão acesso a ele. Individualmente, o ser estará se melhorando perante o mundo espiritual. E quando ao planeta voltar, o encontrará mais equilibrado, pois o homem foi criado para ser feliz e para progredir.



INTUIÇÃO

Como um raio de sol que atravessa uma densa nuvem, assim é a intuição.
Quando encarnados, presos dentro da densidade da matéria, nós, espíritos, estamos sempre recebendo intuições tanto para o bem, como para o mal. Cabe ao nosso discernimento, à nossa índole, realizar a escolha daquilo que iremos escutar.
Todos os "conselhos", bons e maus, dados através do canal da intuição, conseguem ultrapassar as barreiras existentes em volta de cada ser encarnado. Só que os maus conselhos, como possuem uma vibração mais densa, mais pesada, geralmente chegam primeiro. E é sobre esses maus conselhos que queremos alertá-los.
Tomem muito cuidado com a sintonia em que vibram. Quanto mais grosseira ela for, atrairá uma espécie mais rude de espíritos.
Procurem afinizar-se com uma melodia bem suave, bem calma, bem tranqüila. Vibrem de maneira que suas energias soem como uma orquestra afinada, dulcíssima, numa perfeita sinfonia. Harmonizem-se com a natureza, com os bons espíritos, com Deus.
Permitam que seus corações estejam constantemente emitindo alegria, amor, paz, num ritmar bem compassado.
Busquem sintonizar-se com as energias salutares que transcendem o cosmos e, com certeza, encontrarão a paz de espírito que tanto buscam.
Que muita luz envolva e ilumine o caminho de todos vocês.

Josué



A INTERPENETRAÇÃO, ESTE INIMIGO

Na orgia, nos tornamos orgíacos.
Nas tristezas, tristes ficamos.
Amargamos em meio aos amargos.
A euforia nos toca tanto que, com facilidade, nos lançamos ao crime, tamanha a força dessa energia.
Tudo é interação; tocamos a todos e todos nos tocam.
Atentem nisto:
Os perfumes nos curam. Também nos excitam.
As cores nos acalmam, mas também nos sensualizam.
A beleza estética nos toca a alma, mas também destrambelha o giro lúcido do chacra do baixo ventre.
Enfim, tudo nos toca. Mas nada com mais força do que o campo áurico de outrem. Principalmente de um semelhante afinizado conosco.
"Então, o que fazer? - talvez pergunte alguém. Então eu não sou eu, mas o mundo que me cerca? Meus erros não são criados, mas assimilados?"
Bem... vivia eu em tais conflitos, muitas vezes culpando o Pai por tamanha confusão, até que acercou-se de mim alguém que de há muito irradiava luz. E disse-me ele:
"- É que vives em provas. E aquele que as vive, muito ainda há de errar. Serão os teus erros os grandes mestres que terás, pois os acertos já são lições aprendidas e estas agora de pouco valem, exceto quando favorecem o próximo. Que o erro, então, te seja um salutar remédio. E difícil é o remédio, realmente eficaz, que não seja amargo. Que a aflição acompanhe o erro. Isto é compreensão, pois significa que a alma, alerta, já identifica o que lhe é um bem. Se assim não fosse, a força da lei, com seu cajado pesado, faria sua parte (falo da lei de causa e efeito)."
Tais palavras talvez sejam simbólicas, obscuras, mas quis eu que fossem assim. Pois, no simbolismo, é que sempre encontramos a medida que nos cabe.
Fiquem em paz e que cada um procure, em si, o Pai. E ao perguntarem-lhes seja lá o que for, verão, com espanto, que não há uma única pergunta cuja resposta já não conheçam.

Um Asceta



BUSCAR E ENCONTRAR

O mundo aflito, em agitação, insegurança e desequilíbrio, se movimenta.
Todos pedem, gritam, na incerteza do agora, do ontem, do amanhã...
Uma multidão se desloca sem rumo, uns empurrando aos outros, sem saberem o porquê e para onde vão.
Do alto, o que se vê é um mar de lamentações e angústias a vibrar tanta tristeza!
Piedade, Pai! São os pequeninos a se descobrirem...
Mãos e olhos erguidos, nada vêem, nada tocam. Mas... é ao alto que se dirigem.
Porém, onde o alto, onde o baixo?
Novas galáxias se formam nos quadrantes mais distantes desta pequena esfera em agonia.
Morte e ressurreição num ato único!
Eis aí a chave do portal que encerra o viver e o renascer.
Em se renovando sempre vai-se encontrando abrigo e segurança na obra perfeita que somos, pois viemos do Pai!




O TEMPO

Quantas vezes acordamos e não damos valor às oportunidades que temos...
Só quem tem esperanças de poder voltar, é que reconhece esse valor. As oportunidades são poucas, rápidas até, eu diria.
O tempo hoje não passa, é lento, é estranho... Os dias que eu acreditava que "corriam, os anos que "voavam", agora são verdadeiras eternidades.
O que aconteceu?
Será que é porque eu estou esperando?
Todos precisam saber aproveitar a oportunidade que lhes foi dada. Têm que saber viver.
O mundo está cheio de caminhos, alguns levam ao encontro da paz interior, outros levam ao desespero. Não podemos ficar parados, esperando que alguém escolha por nós e nos guie.
Acreditem em Deus e busquem o que a vida tem de melhor a oferecer, procurando crescer espiritualmente, sempre.
Não fiquem esperando uma segunda chance para acertar, tentem acertar na primeira. Pois o tempo que aí passa num piscar de olhos, aqui, na esperança de poder voltar, demora demais.



MEDITA E ACEITA

Imagine que hoje, por benção do destino, a morte lhe chegasse.
Você deixaria tudo o que lhe pertence, seu relógio, sua carteira, seus objetos e sairia de casa sem se despedir.
Já no portão, você consultaria seus sentimentos. Quais seriam eles?
Sentimento de perda por tudo e por aqueles que ficaram?
Saiba que seu amor deveria ser muito mais amplo e não somente dirigido a tão poucos que, por hora, você chora!
Sente preocupação por aqueles que ficam e pergunta-se: "como ficarão sem mim?"
Veja que neste mundo, nada de material nunca lhe pertenceu, tudo foi apenas um empréstimo. A única coisa que você teve e sempre terá, é o amor de Deus.
Se Este sempre velou por você e sempre esteve presente, então, por que titubeia em entregar seu destino nas mãos Daquele que, com amor, comanda a vida?
O que carregar consigo! O que levar?
Medite e faça força para realmente compreender o que lhe conduz, as lições que tem por aprender. Pois, o fato mais puro e maravilhoso da natureza que é o desencarne, ainda toma-o como prova, por limitação de sua compreensão e amor.
Então, medite e estude, medite e estude...



BONDADE

Quem poderá dizer com segurança o que é bom e o que é mau?
Desde onde o nosso pensamento pode alcançar, o bom é algo que define um ser, um objeto, etc., e o mau também pode ser interpretado da mesma maneira.
Na realidade, as diferenças entre o bom e o mau não existem da maneira como é interpretada por vocês.
Ser bom ou ser mau, são apenas pólos diferentes mas necessários para que haja uma compreensão de como eles interagem.
O mau deverá passar por muitas fases até atingir a plenitude do bom.
O bom por sua vez, terá percorrido por todas as sendas por onde hoje passa o mau, tornando-se pleno de luz, de compreensão e de amor ao próximo.
Por isso irmãos, não nos preocupemos com distinções entre o bem e o mal, o bom e o mau.
O tempo é a grande escola que os elevará à condição maior de conhecimento, pois todos, através de muitas experiências lá chegarão como seres que buscam um encontro consigo mesmo.

Um bom amigo



NATAL

Natal, festas, alegria.
Estamos próximos da data consagrada como a grande festa da cristandade.
No ar reina um clima de esperanças e de sonhos num porvir melhor.
Estamos a poucos dias do Natal e a humanidade prepara-se com euforia para comemorar o nascimento do seu representante maior: JESUS.
Se todos se propusessem a pensar um pouco que seja, veriam que todas essas festividades são apenas uma criação do homem, sendo explorado pela mídia para um acréscimo nas vendas, em geral.
Mas se pensarmos com coerência, veremos que o filho do Pai era um ser humilde. Então, por que fazer dessa data motivo para tanta leviandade, tanta frivolidade?
Pensemos naqueles que, humildes como Ele, sequer entendem o porquê de tanta alegria, de tanta euforia, pois para eles, o Natal é um dia como outro qualquer, sem comemorações, apenas mais um feriado que lhes permitirá descansarem da luta diária para conseguir o seu ganha pão.
Então filhos, o Natal para muitos representa alegria, troca de presentes, cumprimentos, enquanto para outros é apenas mais um dia...
Reflitam a respeito.
Que Deus os abençoe.

Um irmão



AFINIDADE ENERGÉTICA

A luz divina desce sobre nós e nos transforma.
A luz divina ou energia cósmica desce em ondas, e estas ondas nos encontram. Se estamos receptivos elas agem de uma forma mais intensa, mais direta e, então, esta energia pode operar milagres.
Exemplo disso é quando passamos por uma dificuldade e, de repente, encontramos a força necessária para superá-la.
Quando na mesma dificuldade o espírito está fechado para Deus, está revoltado, esta revolta tende a crescer ainda mais, porque ele está fechado, trancado para as benesses de Deus e se torna incapaz ou quase incapaz de absorver a energia cósmica que veio em seu socorro.
Na realidade nós somos, encarnados ou desencarnados, cada um dentro da sua vibração cósmica, energia, energia pura. Formamos feixes de energia com missões próprias.
Somos verdadeiras frações de energia destinadas a determinadas missões ou trabalhos.
Quando por estas energias, espíritos encarnam e assumem sua missão na Terra, eles têm a propriedade de se reconhecerem, mesmo que tenham sido criados em lugares diferentes. Mesmo que como encarnados nunca tenham se encontrado, de repente, não mais que de repente, basta um simples olhar e uma nova amizade nasce, junto com aquela sensação de que já se conheciam antes.
É o magnetismo das energias afins e vindas de um mesmo núcleo energético e com missões semelhantes.
Para vocês encarnados, isso parece um mistério, porém é tudo muito simples.
É como a água que nasce da mesma fonte.
É como a flor da mesma árvore.
É como o filhote da mesma ninhada.
É como o filho do mesmo pai.
Espero que tenham me entendido.

Um espírito amigo



MORADA DE LOUCOS

É assim que muitos de vocês se expressam quando referem-se à Terra.
Por acaso algum de vocês já tentou pensar o porquê disso?
Para que a Terra pudesse ser considerada um mundo de loucos, seria necessário que toda a humanidade estivesse em desequilíbrio.
Mas não é bem assim... Se pensassem que há criaturas lutando para crescer um pouquinho a cada dia, isso já seria suficiente para que mudassem este conceito.
É bem verdade que a grande maioria, através de seus pensamentos em desequilíbrio, acabam ativando o lado ruim de tudo e, assim, todos alimentam esse globo de sombras, de trevas, acarretando mais e mais desequilíbrio.
Se a sua morada é como a dos loucos, são vocês próprios que a alimentam com a negatividade que trazem dentro de si.
Busquem elevar-se, busquem melhorar-se. Isso já seria um grande passo para a melhoria das condições físicas do planeta e isso depende única e exclusivamente de vocês.
Cada um tem aquilo que escolhe.
Pensem a respeito.

Um irmão



AS MORADAS

Há muitas moradas na casa do Pai. Moradas mais confortáveis e vivendas simples, mal construídas até.
Devemos almejar mudar de casa. Procurarmos merecer esta mudança. E só podemos efetivá-la, segundo os critérios espirituais, quando estivermos preparados, quando tivermos alcançado um grau maior de perfeição, quando tivermos subido alguns degraus na escadaria que leva aos mundos superiores. E podemos nos preparar para isso. Devemos fazê-lo.
Entretanto, assim como nossa casa terrena merece o nosso cuidado e atenção, a casa que ocupamos em conformidade com a nossa condição moral também deve ser mantida e respeitada.
O amor com que envolvemos o nosso planeta é a energia necessária para transmutar-lhe as vibrações. É amando e cuidando do que temos que podemos nos tornar capazes de amar e cuidar de algo que nos seja superior. Então, este almejar não deve ser a mola a projetar o seu desejo de evolução. É claro que habitar um mundo mais justo e bom alimenta o nosso imaginário. Por isso, todas as religiões têm um céu. Mas antes de chegar até os céus superiores, há todo um caminho a ser percorrido. E quem caminha olhando apenas para a sua meta final, perde as nuances deste caminho. Não observa-lhe os matizes, os contornos. Não aprende com as suas pedras e as suas asperezas. E este caminho se prolonga e se eterniza.
Agora, se ao pisares o chão das tuas conquistas, perceberes todo o aprendizado que encerram esta estrada, justamente por não ser atenuada e nem abreviada, trará para perto de ti, o teu alvo.
Mundos superiores e inferiores. Universo em movimento. Cada um de nós, um mundo. Um mundo que pode trazer para dentro de si os elementos sutis de uma espiritualidade superior. Superior porque supera o inferior nas lutas internas que travamos. E quando estas batalhas são ganhas, o mundo externo em que habitas se modifica, se amolda ao modo como vives e estimula os que vivem à tua volta.
Para habitar melhores moradas é preciso um visto do Grande Pai. E este visto vem de acordo com aquilo que Ele vê. Ele tem a visão de tudo o que teus olhos se propuseram a ver e os mundos que criaste.




RESPIRAR, A MONTANHA E AS RESPOSTAS

Fomos convidados esta noite, na abertura dos trabalhos, para que prestássemos mais atenção na respiração.
Quanto, realmente, prestamos atenção em nossa respiração?
Nos foi falado sobre o medo e de como fica a nossa respiração quando o enfrentamos. Não conseguimos pensar, não conseguimos desenvolver, não conseguimos aparentar nada, a não ser o desespero.
Quem de nós consegue, realmente, ficar sem respirar?
A natureza se mostra amiga, companheira, mãe solidária. E quando respiramos com muita atenção conseguimos, neste instante, ultrapassar as nossas montanhas interiores. Pois ao imaginarmos realmente uma montanha e se lá estivermos respirando aquele ar puro, com muita atenção, com muito carinho, conseguiremos enxergar o quanto somos capazes de chegar ao equilíbrio.
Por isso, nenhuma montanha é intransponível. Cada um de nós é capaz de atravessar, de derrubar a sua própria montanha. Respirar é um ato de amor. Respirar é um ato de comunhão, de integração, de beleza aparentemente simples. Mas pensando com um pouquinho só de tranqüilidade e de concentração, observem e exercitem a respiração mais calma, mais centrada. Isso, antes de tomar qualquer decisão importante.
Principalmente, você, filho. Respire, respire com muita atenção e encontrará a sua resposta. Ela já está dentro de você, mas o seu medo, a sua pressa, a sua falta de concentração não está deixando-o ver o que existe além da montanha e que é muito mais do que você imagina.



AOS PESOS, SUAS MEDIDAS

Ao peixe foi dada a água, e ele nela respira.
Ao alado, a estrutura leve e ele plana acima da mansa brisa.
À pequena ave, o compromisso do equilíbrio do universo dos insetos. Mas também a graça e a delicada pluma e ele encanta.
Ao artesão, pois que ele pensa, foi dada a ferramenta que constrói, se não houver preguiça.
Também ao poeta, a facilidade da palavra para construir, destruir, ou nada fazer.
Eis a diversidade do todo, que nossa compreensão nem sempre entende ou alcança.
Caros amigos, a terceira revelação foi dada àqueles que nada tinham. Mas felizes somos todos, pois devemos a tais, o avanço de tudo. E estes, quando já saturados de inteligência, forem buscar no Oriente a razão de tudo, irão também sacudir em todos os povos o seu marasmo, pois se fará o casamento perfeito entre a razão e a intuição. E a prole soberba dessa junção única viverá para dar graças pois, só então, compreenderão Deus. E não mais haverá religiões, seguidores ou seguidos.
Haverá apenas luz, o Criador e Cristo.
É a história que se repete nas constelações sem fim.
Viva a inteligência.
Viva a dúvida.
Pois, sem ambas, não se fará a luz. Mas a penumbra da crença cega.

OBS: (Mensagem alusiva ao comentário feito antes da sessão de psicografia sobre a Terceira Revelação e as antigas tradições do Oriente.)



REFLEXÕES SOBRE O NATAL

Temos sempre em mente as palavras de Jesus. Não veremos o reino de Deus se não nascermos de novo.
Nascemos todos os dias.
No sorriso para um amigo.
Num abraço ao desamparado.
No pão a um faminto.
Nascemos na humildade de coração.
Nascemos quando esquecemos uma desavença.
Sim, irmãos, para chegarmos ao reino de Deus, devemos nascer não só no corpo, mas também nas pequenas coisas. E elas são tão importantes para o nosso burilamento, para o nosso progresso...
Louvemos a Deus, agradeçamos sempre, em todos os momentos, as oportunidades que nosso Pai nos oferece. Assim, um dia, chegaremos ao Seu reino.
Muito tempo passará, até que os homens possam realmente entender as palavras de Jesus. Mas sempre é tempo de começar.
Aproveitemos esta época em que, na Terra, se comemora o seu nascimento. Comecemos hoje para que, amanhã, não seja tarde.
Que a luz e a paz de nosso Pai estejam com vocês.

Um amigo



OBEDIÊNCIA

Na trajetória da vida terrestre aprendemos sempre, desde os primeiros contatos com a sociedade, que devemos obediência a muitas pessoas, às leis e principalmente a Deus. Mas a sociedade nos impõe tanta obediência através de leis terrenas e das religiões, com tantos dogmas, tantas crendices que o ser humano acaba sem tempo para pensar nas leis de Deus.
Afinal, quem realmente sabe quais são as Suas leis?
Ah irmãos, na verdade a obediência maior devemos a nossa própria consciência. Pois a partir do momento que abrimos a nossa mente para a compreensão das coisas do mundo, abrimos os nossos olhos para realmente ver e o nosso coração para sentir. Já estamos, então, preparados para examinar e ouvir o que a nossa consciência diz diante dos momentos de dúvida ou de grandes decisões. Afinal, somos responsáveis pelos nossos atos e devemos estar conscientes de que cada atitude nossa nos trará sempre um retorno, seja num futuro próximo ou longínquo.
Certamente Deus já coloca na nossa essência o conhecimento das suas intenções sobre cada um de nós, por isso não precisamos que as leis religiosas nos digam o que realmente fazer ou pensar, ou ainda acreditar. Basta crer que há um Deus, uma força maior que nos orienta e nos impulsiona para o bem, a fim de nos fazer pensar e praticar apenas o que beneficiará a cada um e a toda humanidade. Desde muito pequenas, as crianças já começam a perceber que o resultado do bem ou do mal sempre aparece e se faz sentir em si próprio.
Então, amigos, como sempre nos é dito nos nossos encontros de estudo e doação mútua "é preciso que antes de se dizer um obreiro do Senhor, se trabalhe pela purificação da alma, retirando todos os sentimentos impuros, assim como se varre a sujeira do chão da nossa casa". E como não basta varrermos uma única vez, também não será numa única vez que conseguiremos esse estado de pureza. E é nesse trabalho que estaremos realmente exercitando as grandes virtudes da paciência, da tolerância e do amor.
Um abraço carinhoso a todos.




IDÉIAS E IDEAIS

Pensemos em nossas idéias, ou na idéia que fazemos a respeito das coisas que nos cercam. Vemos o mundo através das nossas percepções e das interpretações que fazemos daquilo que se apresenta a nós. Idéias formadas, constituídas e alimentadas por nossos julgamentos dos fatos da vida.
O que é fazer uma idéia sobre tal assunto? Não é conhecê-lo realmente, mas antes, superficialmente. Quando pensamos conhecer o íntimo das situações, dos acontecimentos, dos sentimentos e atitudes, na verdade, temos uma vaga idéia de tudo que ali está envolvido.
Construímos nossos ideais sobre o alicerce dos nossos "achismos", da idéia que temos do que seja o melhor para nós.
Faço tais reflexões para mostrar quão fundamental é a nossa conscientização sobre a fragilidade da nossa forma de perceber as coisas e do conseqüente cuidado que devemos ter ao definirmos nossos ideais. Pois estabelecido um ideal, corremos o risco de dirigir toda a nossa energia criativa para o trabalho de concretizá-lo.
E se ele for construído sobre um alicerce de idéias vagas, concepções obscuras, crenças superficiais?
Não se agüenta em pé, desmorona, levando consigo toda a energia, todo o tempo, todas as habilidades envolvidas no trabalho de realizá-lo.
E por que levanto tal reflexão, neste momento?
Para que possamos analisar nossas prioridades, a formação de nossas idéias, a integridade de nossas concepções, a clareza com que entendemos os fatos da vida... Porque a somatória de todos esses movimentos que alicerçam nossos ideais e a busca de realizá-los, é que ocupam o nosso tempo terrestre. Assim, é de fundamental importância que nos preocupemos com isso.
Será que não estamos consumindo nossas energias e utilizando nosso precioso tempo para concretizar ideais que desmoronarão quando esse tempo chegar ao fim?
Eis a grande questão que deverá, constantemente, guiar nossas escolhas!!



VOCÊ CRIA SEU MUNDO

Por onde caminham seus pensamentos? Para o bem ou para o mal?
Em que compasso pulsa seu coração? Calmo ou ansioso?
Seus olhos procuram o quê? Luz ou escuridão?
Procure conhecer melhor o seu "mundo interior", os sentimentos entranhados nos seus mais secretos desejos. Vasculhe sua alma para descobrir o que a anima, neste momento.
Faça a revisão de seus anseios, de seus desejos, de suas expectativas, de seus projetos, de suas preferências...
Isto, porque seu mundo é criado por você.
Conhecendo os caminhos percorridos pelos seus sentimentos, pela sua satisfação, saberá a qualidade do mundo em que vive. Ao seu redor, podem cantar os pássaros, soprarem brisas delicadas, as flores perfumarem o ar, sorrirem as pessoas, abraçá-lo o sol, aquecendo seu ser... No entanto, se seus anseios buscam outros paraísos; se seus pensamentos voam livres pulando de cá pra lá, sem sustentação; se seu olhar busca, perdido, tudo aquilo que lhe chama a atenção; passará despercebido por você todo o empenho das forças amorosas do Universo que abraçam a todos os seres. Não deixarão de existir, porém, para você, é como se não existissem.
Alimentam-se, então, suas dúvidas sobre tudo o que exige a sua sensibilidade e a sutileza de sua percepção. Assim, retorna ao estado bruto, esconde-se a preciosidade de sua alma, até que possa ser despertada novamente.
O que você é não se perde, não envelhece, nem deixa de existir. Porém, corre-se o risco de permanecer como que "adormecida" essa sua essência, por tanto tempo, que torna-se cada vez mais trabalhosa a sua descoberta.
Poupe esforços futuros, refletindo hoje sobre a qualidade de tudo o que alimenta a sua existência.